As Nações Unidas votaram por maioria, nesta quarta-feira (14), pela expulsão do Irã de um organismo de direitos femininos, devido à brutal repressão por parte do governo de Teerã aos protestos liderados por mulheres.
Ao todo, 29 membros do Conselho Econômico e Social da ONU (ECOSOC) votaram a favor da medida promovida pelos Estados Unidos para expulsar a República Islâmica da Comissão das Nações Unidas sobre a Situação das Mulheres (UNCSW).
Oito países votaram contra e 16 se abstiveram. Era necessária maioria simples para adotar a medida proposta pelos Estados Unidos.
A UNCSW é o principal órgão intergovernamental do mundo dedicado exclusivamente à promoção da igualdade de gênero e ao empoderamento das mulheres.
A resolução do ECOSOC retira o Irã de sua participação na comissão com efeito imediato, alegando que Teerã “mina, continuamente, e reprime cada vez mais os direitos humanos das mulheres e das meninas, incluindo o direito à liberdade de expressão e de opinião, muitas vezes com uso excessivo da força”.
Também denuncia a aplicação de “políticas flagrantemente contrárias”, não apenas aos direitos humanos, mas também ao mandato da comissão, assim como “o uso de força letal que resulta na morte de manifestantes pacíficos, incluindo mulheres e meninas”.
No início de novembro, a vice-presidente americana, Kamala Harris, disse que seu país trabalharia com outras nações para expulsar o Irã da comissão.
Em uma reação inicial, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, saudou a “importante” votação sobre o tratamento do Irã aos “manifestantes pacíficos em seu país” e “às mulheres que lançaram esses protestos”.
Aqueles que se opuseram à medida, incluindo Rússia e China, ressaltaram que o Irã foi eleito para o órgão e que expulsá-lo estabelece “um precedente perigoso”.
As nações que integram a comissão de mulheres são eleitas pelo ECOSOC, cujos membros são votados, por sua vez, pela Assembleia Geral da organização.
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