As autoridades mexicanas descartaram que a morte de centenas de aves nas costas do Pacífico fosse devido à gripe aviária e afirmaram que a causa “mais provável” é o aquecimento dos oceanos devido ao fenômeno El Niño.
Após a alta mortalidade registrada nas últimas semanas, os ministérios da Agricultura e Meio Ambiente conduziram uma investigação que permitiu “descartar a presença” do vírus H5N1 e determinar que os animais “morreram de inanição”, conforme comunicado divulgado na quinta-feira (15).
“A causa mais provável desse evento epidemiológico é o aquecimento das águas do oceano Pacífico devido aos efeitos do fenômeno meteorológico El Niño”, acrescentou o relatório do Ministério da Agricultura.
Recentemente, também foi relatada a morte em massa de aves marinhas nas costas do Chile e Peru. No México, a situação ocorre em onze estados.
O El Niño é caracterizado pelo aquecimento da superfície do oceano Pacífico oriental equatorial, o que faz com que os peixes desçam a maior profundidade e as aves não consigam caçá-los.
Esse fenômeno ocorre em média a cada dois a sete anos, e seus efeitos já estão sendo sentidos, anunciou a Administração Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA, na sigla em inglês) na semana passada.
No México, principalmente petréis de dorso cinza, que costumam viver em alto mar e se reproduzir em ilhas, têm morrido. Essa espécie pode voar até 500 quilômetros diariamente, portanto, necessitam de grandes quantidades de alimento que não estão conseguindo obter, explicou o Ministério da Agricultura.
As aves, incluindo gaivotas e pelicanos, geralmente morrem no oceano e são arrastadas para as costas pelas correntes marítimas, detalhou o relatório, ressaltando que as investigações estão em andamento.
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