O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump se dirigirá aos seus apoiadores neste sábado (10), pela primeira vez desde que enfrentou diversas acusações federais, o que levou a corrida presidencial de 2024 para um território desconhecido e com potencial profundamente desestabilizador.
Trump fará discursos em duas convenções republicanas nos estados da Geórgia e da Carolina do Norte. Espera-se que o magnata imobiliário, que insiste em afirmar que é vítima de uma caça às bruxas com motivações políticas, aproveite ambas as plataformas para atacar o FBI (a Polícia Federal americana) e acusar promotores federais de persegui-lo injustamente.
Essa aparição também prepara o cenário para uma corrida à Casa Branca em um ambiente sem precedentes, com o Departamento de Justiça do governo do presidente democrata Joe Biden buscando processar aquele que é claramente o favorito para a indicação republicana.
Os dois eventos ocorrem poucos dias antes de Trump comparecer a um tribunal federal na cidade de Miami (sudeste do país) para responder a acusações explosivas de que ele pôs a segurança nacional dos Estados Unidos “em risco” pela maneira de lidar com arquivos confidenciais da Casa Branca, algo inédito para um ex-presidente.
Divulgadas na sexta-feira e concentradas em sua suposta má gestão de materiais sigilosos, as 37 acusações contra Trump expõem o ex-presidente (2017-2021) a um ajuste de contas muito mais severo do que as acusações de má conduta pessoal, política e comercial que ele enfrentou, em grande medida, no passado.
Apresentadas pelo procurador especial do Departamento de Justiça, Jack Smith, as acusações incluem “retenção ilegal de informações de segurança nacional” e “obstrução da justiça”, cada uma com pena de até 20 anos de prisão.
Trump já respondeu à acusação com uma série de postagens em sua plataforma Truth Social e uma declaração em vídeo, chamando Smith de “perturbado” e de “odiador de Trump”. Em sua visão, a acusação constitui uma interferência eleitoral orquestrada por Biden e sua campanha, visando às eleições de 2024.
O governador da Flórida, Ron DeSantis, que é considerado seu principal concorrente dentro do Partido Republicano, também acredita que o Departamento de Justiça está “armado” para conduzir uma campanha contra os candidatos de sua própria legenda.
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