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Trump diz que assessor também foi acusado em caso de documentos sigilosos; Advogados pedem demissão

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Um dia após usar as redes sociais para anunciar que foi acusado criminalmente na investigação federal sobre a retirada de documentos sigilosos da Casa Branca ao fim de seu mandato, o ex-presidente Donald Trump voltou à internet para anunciar que um de seus assessores de longa data também virou réu.


Quase simultaneamente, em um sinal dos problemas judiciais que ameaçam os planos do republicano de voltar à Presidência, dois de seus principais advogados pediram demissão.




Trump postou na Truth Social, plataforma que lançou no ano passado após ser banido das principais redes sociais após incitar turbas a invadirem o Capitólio — veto desde então desfeito —, que o assessor militar Walt Nauta também se sentará no banco de réus federais.


O Departamento de Estado e a Casa Branca ainda não confirmaram as acusações, mas o homem era visto pelos procuradores como uma testemunha central das investigações.


“Eu acabei de saber que os ‘pilantras’ do Departamento de Injustiça acusarão um homem maravilhoso, Walt Nauta, integrante da Marinha Americana, que serviu com orgulho ao meu lado na Casa Branca, se reformou (…) e depois fez a transição para a vida privada como um assessor pessoal”, escreveu o ex-mandatário, informações que depois foram confirmadas por seus advogados.


Procurada pelo jornal Washington Post, a defesa de Nauta se recusou a comentar, e os detalhes exatos da acusação devem permanecer sob sigilo até que o réu compareça ao tribunal para ser formalmente notificado. Trump deve comparecer ao Tribunal Distrital Federal de Miami, onde o processo tramitará, na terça-feira, mas não está claro se a audiência de seu assessor será no mesmo dia.


Quando foi interrogado inicialmente pelos agentes do FBI, a Polícia Federal americana, no segundo semestre do ano passado, Nauta negou ter conhecimento de que documentos sigilosos estavam armazenados na casa de Trump no resort de Mar-A-Lago. Em um segundo depoimento, contudo, afirmou que teria deslocado caixas com materiais, seguindo ordens do ex-presidente, após uma intimação para que todos os documentos sigilosos fossem devolvidos.


Em outra postagem na Truth Social, Trump — que passou a manhã jogando golfe em seu clube no estado de Nova Jersey —, afirmou que dois dos advogados que lidavam diretamente com o Departamento de Justiça abandonaram sua equipe. Não está claro se a dupla pediu demissão ou foi demitida, mas o anúncio veio horas após o ex-presidente dizer que é alvo de sete acusações.


“Para fins de lutar contra a maior caça às bruxas de todos os tempos, que agora se desloca para os tribunais da Flórida, eu agora serei representado por Todd Blanche e uma firma que será posteriormente nomeada”, escreveu Trump. “Quero agradecer Jim Trusty e John Rowley por seu trabalho, mas estavam contra um grupo muito desonesto, corrupto, malvado e ‘doente’ de pessoas, de um tipo que nunca foi visto antes.”


Em uma nota subsequente, Trusty e Rowley anunciaram que pediram demissão, afirmando que “foi uma honra passar o último ano defendendo” o republicano. A saída dos dois, contudo, ocorre cerca de um mês após a saída de outro advogado da equipe trumpista, Timothy Parlatore, que dias depois de deixar o grupo foi à CNN reclamar que outro advogado da equipe, Boris Epshteyn, criava conflitos internos.


Segundo o New York Times, Trusty e Rowley também tinham problemas com Epshteyn e que essa foi uma das razões para deixarem o trabalho. Eles foram dois dos três advogados que, três dias antes das acusações, participaram de uma reunião com representantes do Departamento de Justiça, e Trusty entrou ao vivo na CNN na noite de quinta para defender o ex-presidente.


Em seu comunicado, a dupla disse ainda que o fato de o caso tramitar na Flórida fez com que “fosse lógico para nós sair de cena e deixar que outros o completem”. Blanche, o novo advogado, já representa Trump no processo criminal que enfrenta na Justiça estadual de Nova York — situação que o transformou no primeiro presidente dos EUA a responder a acusações criminais.


Em 4 de abril, o ex-presidente compareceu ao tribunal em Manhattan para ser formalmente acusado de 34 imputações referentes a três casos relacionados à falsificação de registros comerciais antes das eleições presidenciais de 2016. Entre eles está o suposto suborno de US$ 130 mil da atriz pornô Stormy Daniels para abafar um caso extraconjugal que mantiveram dez anos antes, e que ele sempre negou.

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