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Governo da Colômbia e guerrilha do ELN assinam trégua de seis meses

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O governo colombiano e o Exército de Libertação Nacional (ELN) assinaram, nesta sexta-feira (9), em Havana, um acordo de cessar-fogo nacional e temporário de seis meses, na presença do presidente Gustavo Petro e do líder desta guerrilha, Antonio García — constatou a AFP.


Com a assinatura do texto, as partes decidiram “fazer cumprir imediatamente os acordos de Cuba”, entre os quais está “o cessar-fogo bilateral nacional e temporário”, disse o chanceler cubano, Bruno Rodríguez, ao ler os pontos do documento, no encerramento da terceira rodada da Mesa de Diálogos de Paz, iniciada em 2 de maio, em Havana.


Segundo o documento, o acordo de cessar-fogo terá três momentos, entre os quais está a criação de “um canal de comunicação entre as partes, através de um representante especial do secretário-geral das Nações Unidas na Colômbia”.


O secretário-geral da ONU, António Guterres, cumprimentou o governo da Colômbia e o Exército de Libertação Nacional (ELN) pelo acordo “sobre um cessar-fogo nacional bilateral de seis meses”, informou a organização internacional em nota.


“Estes são passos importantes que dão esperança ao povo colombiano, especialmente às comunidades mais afetadas pelo conflito”, ressaltou.


O texto assinado estabelece que em 3 de agosto terá início a implementação do cessar das hostilidades, assim como dos protocolos e do mecanismo de monitoramento e verificação, que serão acordados nos próximos meses.




Obstáculos

O ELN é a guerrilha ativa mais antiga da América Latina.


No fim de 2022, Petro, primeiro presidente de esquerda da Colômbia e ele mesmo um ex-guerrilheiro, impulsionou este processo, iniciado em novembro, na Venezuela, e que prosseguiu em março passado no México.


O avanço até o cessar-fogo estava estagnado desde janeiro, quando a guerrilha guevarista rechaçou uma proposta do presidente, anunciada na véspera do Ano Novo.


Os insurgentes argumentaram na época que uma trégua não tinha sido acordada na mesa de negociações e, desde então, as agressões armadas entre as duas partes continuaram.


Um ataque no fim de março com armas longas e explosivos deixou dez militares mortos perto da fronteira com a Venezuela e pôs o processo de negociação na corda bamba.


A assinatura deste acordo ocorre na mesma semana em que o Ministério Público da Colômbia anunciou a suspensão da ordem de captura contra Antonio García, líder máximo desta guerrilha fundada em 1964 sob inspiração da revolução cubana.

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