Um grupo de “prisioneiros de guerra ucranianos” foi entregue à Hungria — anunciou a Igreja Ortodoxa russa, que desempenhou um papel intermediário na troca, da qual Kiev lamentou, nesta sexta-feira (9), não ter sido informada.
A transferência ocorreu na quinta-feira (8), “com a bênção” do patriarca Kirill, um aliado de Putin, “no âmbito de uma cooperação entre igrejas e após o pedido da parte húngara”, disse o patriarca de Moscou, em um comunicado.
O grupo é originário da Transcarpática, região situada no oeste da Ucrânia e que acolhe uma grande comunidade húngara, segundo a mesma fonte.
“É um gesto da Igreja Ortodoxa russa em relação à Hungria. Essas pessoas devem-lhe sua liberdade”, disse o vice-primeiro-ministro húngaro, Zsolt Semjen, encarregado de assuntos religiosos, ao portal atv.hu.
O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, mantém contatos com o Kremlin e estabeleceu fortes laços com a Igreja Ortodoxa russa. Graças à sua colaboração, Kirill, que apoia a ofensiva militar na Ucrânia, livrou-se no ano passado das sanções da União Europeia em nome da defesa da “liberdade religiosa”.
Ao mesmo tempo, o líder húngaro mantém relações complicadas com o governo de Kiev e se recusa a ajudar a Ucrânia militarmente.
As autoridades ucranianas celebraram “a libertação de prisioneiros de guerra, o que é sempre uma boa notícia”, mas lamentaram terem sido informadas da transferência de 11 ucranianos de origem húngara pela imprensa.
A Ucrânia solicitou informações detalhadas sobre seus cidadãos para oferecer-lhes assistência consular e “insistiu na necessidade de cooperar em temas tão sensíveis”.
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