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Islândia fechará embaixada na Rússia, primeiro país a fazê-lo desde que guerra na Ucrânia começou

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A Islândia anunciou nesta sexta-feira o fechamento temporário da sua Embaixada em Moscou a partir de 1º de agosto, devido à atual “situação” relacionada ao conflito na Ucrânia. A pequena nação insular é a primeira a tomar tal decisão desde que a guerra eclodiu há mais de 15 meses.


Em um comunicado, o chanceler do país, Thórdís Gylfadóttir, afirmou que “a situação atual simplesmente não permite que a pequena representação diplomática de nosso país opere na Rússia”. Segundo ele, contudo, isso “não constitui um rompimento das relações diplomáticas”, mas uma decisão pragmática já que os laços comerciais, culturais e políticos entre ambos países estão em seu “pior momento histórico”.




Manter a representação, afirmou Gylfadóttir, “não é mais justificável”, completando que o embaixador russo foi convocado e recebeu uma solicitação para que Moscou “limite as operações de sua embaixada em Reiquiavique (…) e que o nível da representação diplomática seja reduzido”. O diplomata russo, contudo, não está expulso do território islandês.


O chanceler, entretanto, completou afirmando esperar que as condições “um dia nos permitam ter relações normais e frutíferas com a Rússia”, mas que isso “depende das relações tomadas pelo Kremlin”.


Hoje a Islândia, nação nórdica com cerca de 375 mil habitantes — a cidade do Rio, para fins comparativos, tem mais de 6,7 milhões de moradores — tem embaixadas em 18 capitais estrangeiras. As decisões sobre onde ficam, completou o chanceler, “priorizam sua localização de acordo com os laços econômicos, políticos e culturais, ou cooperação para o desenvolvimento”.


O país no Norte do Oceano Atlântico é um dos fundadores da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), cuja cúpula no mês que vem discutirá a adesão da Ucrânia. A expansão das fronteiras da aliança militar encabeçada pelos Estados Unidos, fundada no fim da Segunda Guerra para conter o avanço da influência soviética em direção ao Ocidente, é com frequência citada pelo presidente russo, Vladimir Putin, como justificativa para sua invasão na Ucrânia.


Para justificar sua ofensiva, Putin afirma que com a queda do Muro de Berlim, a aliança havia se comprometido a não se expandir para o Leste Europeu — algo que não foi posto no papel e cuja veracidade é motivo de questionamentos. Há décadas, o crescimento gradual da aliança é visto pelo Kremlin como uma ameaça direta à sua segurança.


As tensões ganharam novos desdobramentos nesta sexta, após Putin anunciar que enviará armas nucleares táticas para a Bielorrússia a partir de 7 e 8 do mês que vem, às vésperas da cúpula da Otan na Lituânia — país que faz fronteira com o território bielorrusso. O aliado de Putin na nação vizinha, Alexander Lukashenko, já diss no passado que estava pronto para receber os artefatos, afirmando que “os canalhas estrangeiros” deveriam entender que não conseguiram impedir Moscou e Minsk.


Será a primeira vez que Moscou alocará artefatos atômicos fora do território russo desde o colapso soviético em 1991. Moscou justifica a escalada apontando também para o maciço envio ocidental de armas para Kiev, auxílio que permite a resistência ucraniana após o arsenal do país praticamente se esgotar nos meses iniciais de conflito.


Isso, dizem os russos, constitui uma guerra de procuração, e o envio de amas táticas apenas segue os passos americanos, que têm ogivas atômicas instaladas na Bélgica, na Alemanha, na Itália, na Holanda e na Turquia.

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