O lançamento de um foguete Falcon 9 da SpaceX, empresa do bilionário Elon Musk, em direção à Estação Espacial Internacional (ISS) foi cancelado pouco antes da decolagem, na madrugada desta segunda-feira (27), anunciou a Nasa.
A decolagem estava programada para 1h45 (3h45 de Brasília) no Centro Espacial Kennedy, na Flórida (sudeste dos Estados Unidos). Mas, dois minutos antes da decolagem, a missão Crew6 foi adiada por um problema nos sistemas em terra, informou a Nasa no Twitter.
“As equipes da missão decidiram parar para investigar um problema que impedia que os dados confirmassem uma carga total da fonte de ignição para os motores Merlin de primeiro estágio do Falcon 9, o trietilalumínio trietilboro (ou TEA-TEB)”, disse a Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço em um comunicado.
A cápsula Dragon, levando a tripulação formada por dois astronautas americanos, um cosmonauta russo e um astronauta dos Emirados Árabes Unidos, seria a sexta a viajar para a ISS em uma missão de rodízio regular efetuada pela SpaceX e deveria acoplar-se à estação espacial após uma viagem de um dia.
A SpaceX anunciou pouco depois que começou a retirar o combustível do foguete e que a tripulação deixaria a cápsula. Os quatro membros da missão Crew-6 saíram com segurança da espaçonave e não houve danos aos veículos, segundo declarações da NASA e da SpaceX.
A próxima oportunidade de lançamento será em 2 de março, disse a NASA. Originalmente prevista para domingo, a decolagem havia sido adiada pela Nasa por 24 horas.
“A próxima tentativa de lançamento disponível acontecerá às 0H34 (2H34 de Brasília) de quinta-feira, 2 de março, mas depende de uma resolução do problema técnico que impediu o lançamento nesta segunda-feira”, afirmou a SpaceX.
“O voo espacial humano é um empreendimento inerentemente arriscado e, como sempre, voaremos quando estivermos prontos” ressaltou o administrador da NASA, Bill Nelson.
Os americanos Stephen Bowen e Warren Hoburg, o russo Andrei Fediayev e astronauta dos Emirados Árabes Unidos Sultan Al Neyadi devem passar seis meses na ISS.
Sultan Al Neyadi, 41 anos, será o quarto astronauta de um país árabe da história e o primeiro de seu país a passar seis meses no espaço. Seu compatriota Hazzaa Al Mansoori integrou uma missão de oito dias em 2019.
“Estamos preparados física, mental e tecnicamente” declarou à imprensa na semana passada. “É uma grande honra estar aqui, e inclusive um privilégio” acrescentou Neyadi.
A missão também inclui o cosmonauta russo Andrei Fediayev, em um momento de grande tensão entre Washington e Moscou, um ano após a invasão da Ucrânia pela Rússia. Já estava previsto antes da ofensiva de Moscou que os russos viajariam com a SpaceX e os americanos com a nave russa Soyuz, um programa de intercâmbio que foi mantido. A ISS é um dos últimos campos de cooperação entre os dois países.
A Nasa contrata os serviços da empresa americana SpaceX para enviar seus astronautas aproximadamente a cada seis meses à ISS. O local recebe experimentos científicos e os astronautas são responsáveis pela manutenção da estação espacial, que conta com uma tripulação há mais de 22 anos.
A Crew-6 substituirá os quatro integrantes da Crew-5 (dois americanos, um russo e um japonês), que chegaram à ISS em outubro de 2022 e retornarão à Terra a bordo de sua própria nave SpaceX.
Em 24 de fevereiro, aniversário da invasão da Ucrânia pela Rússia, uma espaçonave russa não tripulada foi lançada à ISS para substituir uma nave Soyuz danificada atracada na estação. Esse dano forçou um atraso no retorno programado à Terra de um astronauta americano e dois cosmonautas russos a bordo da ISS.
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