O chefe de relações com a China no Departamento da Defesa dos Estados Unidos, Michael Chase, desembarcou em Taiwan nesta sexta-feira (17) — noticiou o jornal Financial Times, uma visita que pode inflamar ainda mais as tensões entre Washington e Pequim.
Esta viagem oficial de um funcionário de alto escalão do Pentágono à ilha, reivindicada pela China como parte de seu território, acontece menos de duas semanas depois de os Estados Unidos derrubarem um balão chinês em seu espaço aéreo. O episódio abalou ainda mais os laços entre as duas potências rivais.
Michael Chase, subsecretário adjunto de Defesa para a China, chegou a Taiwan nesta sexta-feira, informou o Financial Times, citando fontes não identificadas.
O Pentágono não confirmou a visita, mas disse que seu “compromisso com Taiwan é sólido como uma rocha”.
“Nossa relação de apoio e defesa com Taiwan permanece alinhada contra a atual ameaça representada pela República Popular da China”, disse um porta-voz.
O ministro da Defesa de Taiwan, Chiu Kuo-cheng, também se recusou a confirmar a viagem.
A diplomacia chinesa se manifestou nesta sexta-feira e disse que “se opõe firmemente a qualquer contato, oficial e militar, entre Estados Unidos e Taiwan”.
Questionado durante uma coletiva de imprensa de rotina, um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China pediu a Washington que “cesse todas as formas de contato oficial e militar com Taiwan, pare de interferir nos assuntos taiwaneses e pare de criar tensão em Taiwan”.
A China considera Taiwan, que tem uma população de cerca de 24 milhões de pessoas, como uma de suas províncias e rejeita a aproximação que ocorreu nos últimos anos entre as autoridades taiwanesas e os Estados Unidos.
Em agosto, a China fez grandes exercícios militares em torno de Taiwan. Essa demonstração de força sem precedentes se deu em retaliação à visita à ilha de Nancy Pelosi, então presidente da Câmara de Representantes dos Estados Unidos.
De acordo com o Financial Times, Chase é o oficial de mais alto escalão do Pentágono a visitar a ilha desde uma viagem, em 2019, do então secretário adjunto de Defesa para o Leste Asiático.
O presidente americano, Joe Biden, disse na quinta-feira que quer “conversar” com seu homólogo chinês, Xi Jinping, sobre a queda do balão chinês em 4 de fevereiro.
“Não queremos uma nova Guerra Fria”, disse Biden, em um contexto de acusações mútuas de espionagem.
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