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França tem novo dia de protestos contra Reforma da Previdência

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A França viveu, nesta quinta-feira (16), seu quinto dia de protestos contra a Reforma da Previdência a pedido dos sindicatos, com uma mobilização que se retrai à espera da greve de 7 de março que pretende “paralisar” o país.


Ainda sem dados em nível nacional, o número de manifestantes em Paris era inferior ao da marcha de sábado (11). O sindicato CGT reivindicou 300 mil nesta quinta-feira (37 mil para a polícia) e 500 mil cinco dias antes (93 mil, segundo as autoridades).


“O dia já é um sucesso (…) O descontentamento, a determinação e a combatividade estão intactos”, disse Laurent Berger, do sindicato CFDT, que se manifestou junto com os demais dirigentes sindicais em Albi, no sul do país.




A nova mobilização ocorre em plenas férias escolares de inverno em grande parte da França. O objetivo é aumentar a pressão sobre os deputados, que têm até sexta-feira para se pronunciarem sobre a reforma.


“Os representantes eleitos não podem permanecer indiferentes quando há tanta gente na rua”, declarou o líder da CGT, Philippe Martinez.


Os manifestantes querem que o governo retire sua proposta de adiar a idade de aposentadoria de 62 para 64 anos até 2030 e de adiantar para 2027 a exigência de contribuir 43 anos (e não 42 como agora) para receber uma aposentadoria completa.


A maioria dos franceses — dois em cada três, de acordo com as pesquisas — se opõe à reforma. Em 31 de janeiro, foi registrada a maior manifestação contra uma reforma social em três décadas, reunindo entre 1,27 e 2,8 milhões de pessoas.


Apesar disso, o presidente liberal Emmanuel Macron está determinado a continuar, argumentando que seu plano evitará um déficit futuro no fundo de pensão e aproximará a idade de aposentadoria de seus vizinhos europeus.


Nesta quinta-feira, a greve afeta em menor grau o serviço ferroviário e o transporte público de Paris, que funcionam quase normalmente. Mas o aeroporto parisiense de Orly cancelou 30% de seus voos.


A greve na empresa EDF provocou uma queda na produção de energia elétrica de mais de 3.000 MW, o equivalente a três reatores nucleares, embora não tenham acontecido cortes no fornecimento.


Todos os olhos estão voltados para a Assembleia (Câmara baixa). Os sindicatos enviaram uma carta aos deputados, exceto os representantes da extrema direita, para pedir que rejeitem o adiamento da idade de aposentadoria.


Ainda não é garantido que o texto possa ser votado antes de sexta-feira, quando segue para o Senado. O governo optou por um procedimento polêmico que permite aplicar a reforma no final de março, caso as duas casas do Parlamento não se pronunciem.


Diante da situação, a ultradireitista Marine Le Pen anunciou uma moção de censura para que os deputados contrários à reforma se manifestem, o que não tem perspectivas de prosperar, devido ao isolamento imposto pela esquerda à bancada de extrema direita.

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