O conflito na Ucrânia dominou o debate na reunião de cúpula das Nações Unidas sobre biodiversidade, nesta quarta-feira (7), com os países ocidentais criticando a destruição ambiental provocada pela invasão russa.
União Europeia e Nova Zelândia, que falaram em nome de outros países, entre eles os Estados Unidos, vieram depois que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acusou Moscou de “ecocídio” e de devastar a população de golfinhos do país. A Rússia respondeu chamando a reunião de fórum impróprio e acusou seus críticos de tentarem sabotar um novo acordo global para a natureza.
“A guerra traz poluição e degradação ambiental a longo prazo, destruindo áreas protegidas e habitats naturais”, disse Ladislav Miko, representante da União Europeia na reunião, conhecida como COP15.
“Enquanto a guerra continua, ela bloqueia boa parte da ação para a preservação e restauração da natureza”, acrescentou.
A representante da Nova Zelândia, Rosemary Paterson, falando em nome do grupo Juscanz, que inclui Japão, Austrália e Estados Unidos, acrescentou: “A enorme destruição ambiental e os danos transfronteiriços causados pela agressão militar da Rússia contra a Ucrânia não podem passar despercebidos neste fórum”.
Invocando o direito de resposta, o delegado russo, Denis Rebrikov, declarou: “Rejeitamos veementemente as queixas contra nós por estarmos fora do enfoque desta COP sobre biodiversidade”, acrescentando que os conflitos do passado recente, como os de Iraque, Líbia, Afeganistão e Síria, não foram levantados em reuniões de cúpula ambientais, apesar dos danos que causaram ao ecossistema.
“É difícil não ter a impressão de que esses países tentam, deliberadamente, sabotar a aprovação de um marco global” sobre a biodiversidade, acrescentou Rebrikov.
Delegados de todo o mundo se reúnem de 7 a 19 de dezembro no Canadá para tentar selar um novo acordo pela natureza: um marco de ação que salve florestas, oceanos e espécies ameaçadas do planeta antes que seja tarde demais.
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