As autoridades responsáveis pela Educação no Afeganistão aplicaram, nesta quarta-feira (7), exames de conclusão do ensino médio para adolescentes em grande parte do país, apesar da maioria delas ter sido proibida de assistir aulas há mais de um ano.
O Ministério da Educação não forneceu detalhes sobre as provas – ou quantas alunas as fizeram – e se recusou a permitir que a mídia chegasse perto das escolas onde elas estavam sendo realizadas.
“Foram muito difíceis. Não estávamos preparadas”, declarou uma adolescente à AFP enquanto voltava para casa, pedindo para não ser identificada.
Ela afirmou que foram avisadas sobre as provas apenas alguns dias antes.
“Esse exame não serve para nada porque há três anos não estudamos nada. Primeiro foi o coronavírus e depois a chegada dos talibãs, então não pudemos estudar”, reclamou.
A maioria das escolas de ensino médio para meninas de todo o país fechou suas portas desde que o talibãs voltaram ao poder em agosto do ano passado, e os fundamentalistas islâmicos oferecem uma série de justificativas para isso.
As autoridades dizem que não têm professores ou fundos suficientes. Também garantem que vão reabrir quando um currículo islâmico for preparado e uma política nacional de vestimenta escolar adequada for formulada.
O ministério havia anunciado a reabertura dessas escolas em março do ano passado, mas elas foram fechadas horas depois por ordem do líder supremo Hibatullah Akhundzada que, segundo fontes talibãs, se opõe à educação das meninas.
Até agora, os talibãs permitiram que mulheres jovens frequentassem a universidade, com aulas separadas por sexo.
No entanto, teme-se que, sem conseguir aprovação no exame final, haja muito poucas mulheres que possam candidatar-se à universidade.
As alunas que forem aprovadas no exame de conclusão de estudo são elegíveis para fazer o “Kankor”, uma prova altamente competitiva que decide vagas cobiçadas nas universidades.
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