Um carrasco de Bangladesh que executou mais de 20 outros prisioneiros em troca de redução de sua sentença foi libertado neste domingo (18), disseram fontes oficiais.
Shahjahan Bhuiyan, que foi preso há 32 anos por assassinato, ganhou notoriedade por executar 26 pessoas enquanto estava na prisão, depois de informar aos funcionários do sistema prisional que tinha habilidades com cordas.
Entre os que executou estavam oficiais militares condenados por planejar um golpe de Estado em 1975 e assassinar o líder fundador do país, pai da atual primeira-ministra Sheikh Hasina.
“Sua pena de prisão foi reduzida por causa dos enforcamentos que realizou”, disse à AFP Tania Zaman, vice-chefe da prisão central de Daca.
O carrasco de 74 anos também enforcou o líder islâmico Ali Ahsan Mujahid e o opositor Salahuddin Quader Chowdhury depois que eles foram acusados de crimes de guerra, de acordo com outro oficial da prisão, que falou sob condição de anonimato.
Também está na lista Siddique Islam, conhecido como Bangla Bhai, um líder islâmico da organização Jamayetul Mujahideen Bangladesh, que liderou uma campanha de atentados em todo o país em 2005, acrescentou o funcionário.
Shahjahan Bhuiyan defendeu suas ações argumentando que elas o ajudaram a reduzir sua sentença.
“Se eu não os enforcasse, alguém o faria”, declarou. “Embora eu sinta simpatia por eles, como um condenado, eu preciso fazer isso”, disse ele.
Bangladesh herdou a pena capital de seus governantes coloniais britânicos e executou quase 500 pessoas desde sua independência do Paquistão em 1971. É um dos poucos países que ainda executam sentenças de morte por enforcamento.
Como Bhuiyan, todos os carrascos são prisioneiros de longa data que foram selecionados e treinados para isso.
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