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Cientistas identificam dinossauro com bico de pato que viveu na Patagônia chilena

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“Gonkoken nanoi”, uma espécie de dinossauro herbívoro da qual não havia registros no hemisfério sul, foi encontrado na Patagônia chilena, epicentro de importantes descobertas paleontológicas nos últimos anos, anunciaram pesquisadores nesta sexta-feira (16).


Com até quatro metros de comprimento, uma tonelada de peso e um bico semelhante ao de um pato, essa espécie habitou, há 72 milhões de anos, o vale de Las Chinas próximo a Cerro Guido, no extremo sul do Chile, onde outras quatro espécies de dinossauros foram encontradas.

Os fósseis foram descobertos em 2013 e, posteriormente, os cientistas conseguiram classificá-lo, uma descoberta que apresentaram nesta sexta-feira.

“Eram dinossauros de aparência esbelta, que podiam adotar facilmente tanto uma postura bípede como quadrúpede para alcançar a vegetação tanto no alto como ao nível do solo”, descreve Alexander Vargas, diretor da Rede Paleontológica da Universidade do Chile e um dos autores do estudo publicado nesta sexta-feira pela revista Science Advances e apresentado em Santiago.

Ilustração de Mauricio Alvarez de um dinossauro, cujos restos foram encontrados na Patagônia chilena em 8 de junho de 2023ilustração de Mauricio Alvarez de um dinossauro, cujos restos foram encontrados na Patagônia chilena em 8 de junho de 2023 – INACH / Universidad de Chile / AFP


Esse tipo de réptil também tinha grandes bicos achatados na extremidade, semelhantes aos de um pato, mas com bordas mais cortantes e numerosos dentes com os quais podiam moer, triturar e cortar praticamente qualquer material de origem vegetal, inclusive madeira.

Também possuíam um comportamento sociável e cuidavam de seus filhotes, acrescenta Vargas.

Descoberta surpreendente

Os fósseis foram encontrados em uma das encostas do vale do rio de Las Chinas, nas proximidades do parque nacional Torres del Paine, aproximadamente 3 mil km ao sul de Santiago.

Sua descoberta nesse local revela que a Patagônia chilena foi um refúgio para espécies muito antigas de “hadrossauros” – dinossauros herbívoros -, que haviam migrado para o hemisfério sul muito antes de espécies mais avançadas e, inclusive, podem ter chegado à Antártida.


A presença dessas espécies em terras austrais tão distantes é surprendente para os cientistas: “Todas as possibilidades para entender como os seus ancestrais chegaram aqui envolvem grandes distâncias e barreiras marinhas que bloquearam a passagem da maioria das espécies terrestres”, afirma Vargas.

O “Gonkoken nanoi” é a primeiro exemplar de uma éspecie deste tipo encontrado no hemisfério sul. Além disso, trata-se da quinta espécie descoberta no Chile depois que o “Chilesaurus diegosuarezi”, o “Atacamatitan chilensis”, do “Arackar licanantay” e o “Stegouros elengassen” foram identificados nessa mesma região.

A denominação Gonkoken tem sua origem na língua dos Tehuelches do sul, o povo originário que habitou essa região até o final do século XIX e significa “parecido com um pato silvestre ou cisne”.

O termo “nanoi” é utilizado em reconhecimento a um antigo trabalhador do rancho de Las Chinas que ajudou na pesquisa, apelidado de “Nano”.

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