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Irã critica chefe da AIEA por relatório de enriquecimento de urânio

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O Irã criticou neste sábado (04) o diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, após um relatório que indica uma mudança na forma de enriquecimento de urânio para 60% na usina de Fordo.

Grossi anunciou que planeja visitar o Irã em fevereiro para conversas “indispensáveis”, na intenção de colocar a República Islâmica de volta ao caminho da cooperação em relação às suas atividades nucleares.

No dia 1º de fevereiro, a agência da ONU encarregada de verificar a natureza pacífica das atividades nucleares, afirmou ter “detectado, durante uma visita espontânea em 21 de janeiro, que duas cascatas de centrífugas estavam interconectadas de maneira visivelmente diferente” do que as autoridades iranianas haviam afirmado.

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Na ocasião, Grossi declarou-se “preocupado com essa modificação significativa”, realizada “sem ter informado previamente a agência”.

Antes da AIEA publicar o relatório, as autoridades iranianas apontaram como um erro de um inspetor da agência na usina de Fordo, ao sul de Teerã, e garantiram que o problema havia sido resolvido.

“Enviamos uma carta à agência afirmando que um inspetor cometeu um erro e forneceu um relatório incorreto”, disse o chefe da Organização de Energia  Atômica do Irã, Mohamed Eslami, citado pela agência de notícias estatal Irna.

“Entretanto, ainda assim, o diretor-geral da AIEA mencionou essa questão” em um comunicado publicado pela imprensa, acrescentou Eslami, ao lamentar o comportamento “não profissional e inaceitável”.

“Os argumentos do Irã de que essas ações são resultado de um erro não são precisos”, responderam em um comunicado conjunto os Estados Unidos, França, Reino Unido e Alemanha.

As negociações entre o Irã e as grandes potências sobre o programa nuclear iraniano estão suspensas há meses. Elas começaram em abril de 2021 em Viena, com o objetivo de revitalizar o acordo de 2015 após a saída unilateral dos Estados Unidos do pacto em 2018.

O acordo de 2015 procura garantir que o programa nuclear do Irã seja estritamente civil, depois que Teerã foi acusado de querer adquirir a arma atômica.

O pacto estabelece que o urânio pode ser enriquecido até o máximo de 3,67%.

Em novembro do ano passado, o Irã começou a produzir em Fordo urânio enriquecido a 60%, um patamar próximo dos 90% necessários para produzir uma bomba atômica.

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