O governo francês aprovou nesta quarta-feira (1º) sua reforma migratória para regularizar os trabalhadores sem documentos e acelerar a expulsão de migrantes em situação irregular, um novo projeto explosivo que carece do apoio parlamentar necessário para seguir adiante.
O plano enfrenta a rejeição do partido de oposição de direita Os Republicanos (LR), com quem o presidente centrista Emmanuel Macron costuma negociar para obter a maioria, como no caso da reforma da Previdência em discussão.
O LR, que costuma denunciar a chegada de migrantes à França, tem na mira a regularização dos trabalhadores sem documentos em setores com escassez de mão de obra porque, na sua opinião, atrairia mais estrangeiros.
O governo propõe que os trabalhadores sem documentos já presentes na França obtenham uma licença de trabalho renovável de um ano se sua posição estiver incluída em uma lista de setores com problemas de recrutamento.
Restaurantes, hotéis, agricultura, construção, trabalhadores domésticos… os imigrantes ocupam cargos em setores-chave e com problemas de recrutamento de pessoal, agravados durante a crise sanitária do coronavírus.
A migração é um assunto delicado na França. Seu vínculo com a segurança faz parte da agenda política há anos, promovida pela extrema direita de Marine Le Pen, e ressurge a cada ato criminoso que envolve algum imigrante.
A reforma pretende acelerar a expulsão de migrantes em situação irregular, em particular os “criminosos”, e mudar o direito de asilo, além de sujeitar a obtenção de uma permissão de residência plurianual a um teste de francês.
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