Os deputados alemães adotaram, nesta quinta-feira (19), uma moção que reconhece o “genocídio” de 2014 cometido contra a minoria yazidi de língua curda no noroeste do Iraque pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI).
Todos os deputados presentes votaram a favor do texto, apresentado pela coalizão no poder e pela oposição conservadora CDU, que reconhece o “genocídio” de que “mais de 5.000” membros desta minoria foram vítimas.
“Nossa missão não é apenas reconhecê-lo, mas também fazer justiça às vítimas”, disse a ministra alemã das Relações Exteriores, Annalena Baerbock, na tribuna do Bundestag, diante de inúmeros membros de ONGs yazidis presentes na câmara.
Alguns países, como Bélgica e Austrália, já aprovaram moções semelhantes, observou uma fonte parlamentar alemã — assim como a Holanda, segundo uma associação de defesa dos direitos dos yazidis.
Mas “a importância do reconhecimento alemão se baseia no fato de que inclui medidas para eliminar as consequências do genocídio”, disse o ativista Mirza Dinnayi, um ferrenho defensor da causa yazidi.
O texto do Bundestag também faz exigências ao governo alemão: desde processos judiciais contra suspeitos na Alemanha até apoio financeiro para a coleta de provas no Iraque e apoio para a reconstrução das colônias yazidi destruídas.
Lar de uma das maiores comunidades yazidi, a Alemanha é um dos poucos países do mundo a levar à Justiça as atrocidades cometidas pelo EI contra essa minoria.
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