A Armênia anunciou, nesta terça-feira (10), que se recusa a sediar exercícios militares de uma aliança liderada pela Rússia, em 2023, em meio à insatisfação com Moscou pelo bloqueio de uma rota vital de abastecimento para o enclave de Nagorno-Karabakh.
“A Armênia não considera apropriado fazer exercícios da Organização do Tratado de Segurança Coletiva (OTSC) este ano (…) Esses exercícios não vão acontecer”, declarou o primeiro-ministro Nikol Pashinian, em entrevista coletiva.
Segundo Pashinian, os líderes desta aliança militar, que reúne várias antigas repúblicas soviéticas, já foram informados sobre a decisão.
O país reprova a OTSC por esta “negar-se a condenar as ações do Azerbaijão” e a Rússia por não cumprir com o seu papel de “garantir a segurança” da Armênia.
“A Armênia esperava ações específicas por parte de seus aliados russos e outros afiliados no âmbito da segurança. Mas disseram à Erevan que as fronteiras da Armênia e Azerbaijão não foram delimitadas”, disse Pashinian.
A Armênia acusa as forças de paz russas em Nagorno-Karabakh de não agir, enquanto os azerbaijanos bloqueiam há várias semanas o corredor de Lachin, uma rota de abastecimento vital para o disputado enclave.
“O continente russo de manutenção da paz deve garantir o funcionamento normal do corredor de Lachin”, insistiu o premiê.
Erevan também criticou Moscou por não cumprir com o seu papel de mediador durante os violentos confrontos na fronteira entre o país e o Azerbaijão em setembro passado, quando Erevan pediu ajuda à OTSC.
Questionado sobre as críticas de Pashinian, o Kremlin tentou apaziguar a situação e afirmou que a “Armênia é uma aliada muito próxima” com quem a Rússia “continuará o diálogo, mesmo em questões delicadas”, finalizou.
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