A imigração para os Estados Unidos está em “total retomada” este ano, impulsionando o crescimento da população após as interrupções relacionadas à pandemia de covid-19, informou nesta quinta-feira (22) a Agência do Censo dos EUA.
A população residente do país subiu 0,4% em 2022, de acordo com as estimativas oficiais, após uma leve e histórica alta de 0,1% no ano passado.
Os números do ano anterior se devem em parte às mortes por coronavírus, assim como por uma queda da imigração.
“A migração internacional tem sido baixa desde 2020, o primeiro ano da pandemia, devido a distúrbios globais como as restrições de viagens e as fronteiras fechadas”, detalhou o órgão.
Isso soma-se aos atrasos em massa no trâmite de vistos e a realocação de refugiados.
Mas a migração líquida acrescentou mais de um milhão de pessoas à população dos EUA no ano passado, um forte crescimento com relação ao total de 2021, que foi de apenas 376.029 pessoas.
Este é um “indicador de que os padrões de migração estão voltando aos níveis de antes da pandemia”, observou a Agência do Censo em um comunicado.
Outra razão para a alta populacional foi “o maior incremento interanual do total de nascimentos desde 2007”, explicou a demógrafa Kristie Wilder, da entidade. O aumento natural – o número de nascimentos menos o número de falecimentos – foi de 245.080 indivíduos.
Entre os estados com os maiores crescimentos populacionais registrados estavam o Texas (sul) e a Flórida (sudeste), segundo os dados. Nova York (leste) teve o maior declive anual, sobretudo devido à migração doméstica para fora do estado.
A menor migração foi um tema importante para os responsáveis por políticas públicas. O chefe da Reserva Federal (Fed, o banco central americano), Jerome Powell, apontou recentemente a escassez de mão de obra, com uma participação laboral que não cresce apesar dos melhores salários.
Na semana passada, Powell disse à imprensa que o mercado de trabalho tinha três milhões de pessoas a menos do que deveria, baseado nas tendências anteriores à pandemia.
Embora as aposentadorias aceleradas e as mortes por covid-19 tenham sido fatores prováveis da queda, “parte disso é que a migração foi mais baixa”, acrescentou.
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