O governo da Espanha lançou nesta sexta-feira (16) um programa piloto destinado a ajudar as pequenas e médias empresas (PME) do setor industrial a reduzir a jornada de trabalho semanal de seus funcionários sem cortar o seus salários, com o objetivo de estimular a produtividade.
O projeto, publicado no Diário Oficial do Estado (BOE), será testado por dois anos em empresas que desejarem implementar reformas que possam “gerar um aumento de produtividade que compense os sobrecustos salariais”, informou o Ministério da Indústria.
As empresas interessadas deverão se comprometer a reduzir em pelo menos 10% a jornada de trabalho semanal por um período de dois anos. A medida tem que afetar um mínimo de 25% dos funcionários, segundo o ministério.
Em troca, as empresas irão receber ajudas do Estado para compensar o impacto da redução do tempo de trabalho em sua produção, mas também os custos adicionais associados à implantação da nova organização, acrescenta o comunicado.
O objetivo é dispor de um número de empresas com representatividade estatística suficiente” para que se analise o efeito da medida na produtividade, antes de, eventualmente, “estendê-la para o restante da economia”.
Nos últimos anos, grandes empresas tentaram e até adotaram a semana de quatro dias na Espanha, incluindo a gigante das telecomunicações Telefónica e o grupo de moda Desigual, mas quase não há exemplos no setor industrial, e os que existem foram acompanhados de uma queda salarial.
A semana de quatro dias continua sendo um tema sensível no país. Embora os sindicatos sejam majoritariamente a favor, os empregadores se opõem, por considerarem que a mesma não é aplicável em vários setores de atividade.
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