Apesar de as emissões por incêndios florestais tenderem a diminuir em escala mundial, algumas regiões registraram dados recordes em 2022, como a América Latina — conforme balanço anual divulgado pelo programa europeu Copernicus (CAMS), nesta terça-feira (13).
Do início do ano até 10 de dezembro, cerca de 1.455 megatoneladas de emissões de carbono foram produzidas em consequência desses incêndios florestais e de vegetação em todo mundo, informa o Serviço de Vigilância Atmosférica Copernicus (CAMS).
Há anos, esse número vem diminuindo, “em relação às mudanças no uso do solo e à diminuição do número de incêndios nas savanas tropicais”, disse o cientista-chefe do CAMS, Mark Parrington.
Em regiões mais quentes e secas, como partes da América do Sul, porém, as emissões de carbono aumentaram.
Entre janeiro e março, algumas regiões do Paraguai e da Argentina sofreram incêndios florestais sem precedentes, devido a uma onda de calor e às condições de seca, causando as maiores emissões de incêndios dos últimos 20 anos.
No Brasil, o estado do Amazonas também bateu seu recorde e, entre julho e outubro, registrou a maior emissão total procedente de queimadas dos últimos 20 anos, de pouco mais de 22 megatoneladas, cinco a mais do que em 2021, seu recorde anterior.
Entre junho e agosto de 2022, a alta da temporada de incêndios florestais na União Europeia e no Reino Unido resultou no maior total de emissões desde o verão de 2007.
“A maior duração e intensidade das ondas de calor de verão, junto com as condições gerais de seca do continente em 2022, contribuíram para esta situação”, disse o Copernicus.
Estes novos recordes se devem, em particular, aos grandes incêndios que atingiram a Espanha e o sudeste da França.
Os dois países registraram as emissões de carbono mais altas de junho a agosto desde pelo menos 2003, ano a partir do qual o CAMS dispõe de dados comparáveis.
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