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Parlamento Europeu sob pressão após prisões por suspeita de corrupção

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A pressão por um maior controle ético no Parlamento Europeu aumentou neste sábado (10) após a prisão, na sexta-feira (9), em Bruxelas, de uma de suas vice-presidentes e outras quatro pessoas por suspeita de corrupção ligada ao Catar.


“Este não foi um incidente isolado”, afirmou a ONG Transparência Internacional.


“Por várias décadas, o Parlamento permitiu que se desenvolvesse uma cultura de impunidade (…) e uma ausência  total de controle ético independente”, acrescentou.


Cinco pessoas foram detidas no âmbito de uma investigação sobre pagamentos de “somas substanciais” por parte de um país do Golfo para influenciar nas decisões dos eurodeputados.


A Promotoria belga evitou identificar o país, mas uma fonte próxima ao caso confirmou à AFP que se trata do Catar.


“Qualquer acusação de má conduta por parte do Estado do Catar demonstra grande desinformação”, declarou um alto funcionário do país à AFP neste sábado.




O caso ganhou nova dimensão quando se soube a identidade da quinta detida: a eurodeputada grega Eva Kaili, de 44 anos, que ocupa uma das vice-presidências da câmara.


O Ministério Público belga informou sobre as detenções depois de encontrar 600 mil euros em espécie em 16 diligências realizadas em Bruxelas.


Kaili foi imediatamente removida do Partido Socialista Grego (Pasok-Kinal), enquanto o grupo Socialistas e Democratas (S&D) na Assembleia europeia anunciou sua suspensão “com efeito imediato”.


Os interrogatórios dos cinco suspeitos continuavam neste sábado, segundo um porta-voz do MP belga.


A investigação, liderada pelo juiz Michel Claise, concentra-se em atos de “corrupção” e “lavagem de dinheiro” por uma organização criminosa.


“Faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para cooperar com a justiça”, tuitou a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, de Malta.


A eurodeputada francesa Manon Aubry denunciou o “lobby agressivo” do Catar e exigiu um debate sobre o assunto na próxima semana em uma sessão plenária.


De acordo com informações da imprensa confirmadas pela AFP, pelo menos três dos detidos são italianos ou de origem italiana.


São eles o ex-deputado socialista Pier-Antonio Panzeri, o secretário-geral da Confederação Sindical Internacional (CSI), Luca Visentini, e Francesco Giorgi, assistente parlamentar do grupo S&D e marido de Kaili.


A esposa e a filha de Panzeri também foram detidas na Itália, confirmaram fontes do governo à AFP.

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