O Ministério Público belga anunciou nesta sexta-feira (9) a detenção de quatro pessoas, incluindo um ex-eurodeputado italiano, por suspeita de corrupção por parte de “um Estado do Golfo”, possivelmente o Catar, no Parlamento Europeu para “influenciar decisões políticas e econômicas”.
Em um comunicado de imprensa, o MP evitou identificar o país e limitou-se a mencionar “um Estado do Golfo Pérsico”, embora uma fonte próxima ao caso tenha confirmado à AFP que se trata do Catar.
Segundo o Ministério Público, até o momento foram realizadas 16 buscas em Bruxelas, nas quais foram apreendidos equipamentos informáticos, celulares e cerca de 600 mil euros em espécie.
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As operações focaram nos “assistentes parlamentares que trabalhavam no Parlamento Europeu”, em uma investigação por supostos atos de “organização criminosa, corrupção e lavagem de dinheiro”.
De acordo com a promotoria, o país usava esse grupo para influenciar decisões do Legislativo europeu, pagando “somas substanciais ou oferecendo presentes significativos a terceiros com posição política e/ou estratégica importante no Parlamento”.
A acusação também não identificou o ex-eurodeputado detido, embora versões na imprensa belga sugiram que se trata do socialista italiano Pier-Antonio Panzeri, que ocupou um assento no Parlamento Europeu entre 2004 e 2019.
Panzeri, de 67 anos, dirige atualmente uma organização de luta contra violações dos direitos humanos chamada “Fight Impunity”. Consultada pela AFP, a organização não respondeu.
Veículos da imprensa belga mencionam ainda que entre os detidos estaria o italiano Luca Visentini, secretário-geral da Confederação Sindical Internacional (CSI).
Em seu site oficial, a CSI publicou uma breve declaração para admitir que estava ciente das denúncias que circulavam na imprensa belga, mas não faria comentários no momento.