Um tribunal de Moscou condenou nesta sexta-feira (9) o opositor Ilya Yashin a oito anos e meio de prisão por espalhar “informação falsa” sobre o exército russo, após criticar a ofensiva militar na Ucrânia.
Yashin, de 39 anos, foi declarado culpado de cometer o delito de divulgar “informação falsa” sobre o exército russo, segundo um correspondente da AFP presente na audiência.
O opositor riu ao ouvir o veredicto. O promotor havia solicitado nove anos de prisão.
Detido em julho, Yashin foi julgado por denunciar “a matança de civis” na cidade ucraniana de Bucha, perto de Kiev, em uma transmissão ao vivo no YouTube. Moscou nega responsabilidade.
Seu processo gerou grande expectativa na Rússia, por ser um dos poucos opositores de destaque que não estava exilado ou preso.
As autoridades russas reforçaram seu arsenal legislativo para silenciar as vozes críticas à ofensiva militar lançada na Ucrânia em fevereiro.
Várias pessoas foram condenadas a penas de prisão por publicar “informação falsa” ou “desmerecer” o exército.
O opositor Alexei Navalny, preso desde o começo de 2021, após ter sobrevivido a um envenenamento, denunciou nesta sexta-feira o veredicto orquestrado pelo presidente Vladimir Putin como “vergonhoso”, em seu Instagram.
“Outro veredicto vergonhoso e ilegal de Putin, que não vai silenciar Ilya e não deve intimidar pessoas honestas na Rússia”, escreveu Navalny, declarando-se “orgulhoso” de Yashin e confiante de que o opositor “sobreviverá a tudo”.
A prisão de Yashin não o impediu de continuar a criticar as autoridades e denunciar a intervenção militar na Ucrânia.
No início de novembro, ele acusou os juízes russos de serem “servos” do poder e de darem um “sentimento de impunidade” a Putin.
Em outra audiência, Yashin explicou porque se recusava a deixar a Rússia. “Amo meu país e estou disposto a sacrificar minha liberdade para viver aqui (…) Sou um patriota”, sustentou ele.
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