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Música relaxa e reduz estresse de pets

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Para se concentrar nos estudos ou manter o foco em algum evento importante, a música ou o barulho da chuva, por exemplo, são aliados daqueles que buscam a calma momentânea. Esses e muitos outros sons também podem trazer grandes benefícios para os pets, com efeitos relaxantes e tranquilos – auxilia, ainda, no controle da dor e aumenta a sensação de bem-estar.

A médica-veterinária Thâmisy Mendes Garcia explica que a música ameniza a ansiedade dos pets, diminui a fadiga e proporciona sensações agradáveis de conforto e paz. 

“Segundo um estudo realizado em 2012, a música clássica causou efeitos benéficos sobre o animal, diminuindo comportamentos estereotipados como vocalização, lambedura psicogênica e tremores, aumentando seu tempo de sono e tranquilidade. Já a música do tipo heavy metal provocou uma maior ocorrência de tremores, um sinal característico de nervosismo e ansiedade”, detalha.

Ainda de acordo com ela, existem outras pesquisas que mostram que a terapia envolvendo sons é capaz de produzir alterações fisiológicas e comportamentais, como a diminuição da frequência cardíaca e respiratória, redução do cortisol e pressão arterial. “Também é um recurso para promover o enriquecimento ambiental, atuando como reforço positivo e diminuindo os níveis de estresse deles durante o manejo”, complementa.

Cat with white wireless headphones lying and enjoys in comfortable bed
Sons podem ajudar na diminuição da frequência cardíaca e respiratória, redução do cortisol e pressão arterial (Foto: reprodução)

Para gatos

Uma vida difícil antes da adoção fez com que Harry, gato de Amanda dos Santos Sousa, 21 anos, tivesse medo de praticamente tudo o que estava ao seu redor. Para tentar sanar esse problema, ela encontrou em canções uma forma de ajudar o pet a enfrentar os seus traumas.

Graças à indicação de alguns amigos, conheceu um álbum de música feito especialmente para gatos. Sendo assim, decidiu testar no animal. “No início, ele não deu muitos sinais de que gostou, mas demonstrou curiosidade, e depois começou a ronronar. Com o passar do tempo, os benefícios começaram a aparecer. Desde então, não vivemos sem essa terapia”, conta Amanda.

Harry, hoje, se acalma em momentos estressantes, como a ida ao veterinário, dias de chuva forte, tomar vacina e até quando recebe visitas, além de ter um comportamento mais tranquilo. Tudo isso, segundo a jovem, advém dos impactos positivos que começaram desde o surgimento desse hábito.

Entretanto, ela ressalta que não gostaria de associar essa terapia somente aos dias ruins ou a contextos de estresse. Por isso, tenta levar a prática para outros formatos no dia a dia. “Não coloco só em momentos de ansiedade, se não ele associaria a música aos momentos ruins. Dou play enquanto ele come sachê, brinca ou quando está quase dormindo”, finaliza.

Adorable chill pug dog wearing a sweater hoodie and big headphones.
É preciso ter atenção quanto à frequência sonora, para que o pet não tenha a audição prejudicada pelo volume da música ou do som (Foto: reprodução)

Cuidados

Joanna Macêdo, médica veterinária comportamentalista, destaca que o enriquecimento sonoro com frequência entra como ferramenta de modulação emocional. Para pets saudáveis, também pode ser usado como prevenção de problemas comportamentais relacionados aos barulhos do cotidiano.

De acordo com ela, quando o pet é exposto a sons calmos que enriquecem seu ambiente, isso pode conduzi-los a um estado de tranquilidade significativo. Cuidar do tipo de ruído audível no lar pode ser uma forma de promover enriquecimento ambiental e, por consequência, aumentar o bem-estar dos animais de estimação.

Entretanto, é necessário estar atento no que diz respeito à frequência sonora, para que o pet não tenha a audição prejudicada pelo volume da música ou do som. “Para avaliar o nível de incômodo, é importante levar em consideração também outras medidas sonoras, como a amplitude, a pressão e o tempo de exposição. Não há consenso sobre a faixa de som que incomoda os pets. Podemos considerar que sons com volume acima de 60dB e acima 20000Hz já têm potencial de causar incômodo físico e emocional aos peludinhos”, complementa.

Pensando no sono do animal, Joanna cita que alguns estudos em humanos correlacionam o uso de ruído branco com o aprofundamento e o aumento do tempo de sono. Por efeito, acredita-se que esse método também possa beneficiar o pet. Entretanto, é importante que o tutor esteja atento para não colher nenhuma fonte sonora de que o bicho tenha medo. “Ventilador, aspirador de pó, máquina de lavar-louça, tempestades são sons conhecidos por serem ruído branco. Com frequência, os pets são sensíveis a esses sons, mesmo tocados em volume baixo”, conclui.

Fonte: Correio Braziliense, adaptado pela equipe Cães e Gatos VET FOOD.

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