A maior parte dos cães é cheia de energia e curiosidade. Por isso, não é tarefa fácil mantê-los saudáveis, curiosos e ativos dentro de casa. Mas, vale o esforço: algumas atividades podem ajudar a garantir o equilíbrio dos peludos, eliminando o tédio e alguns comportamentos como destrutividade, agressividade, depressão, ansiedade, etc.
Antes de tudo, é importante deixar claro que não existem fórmulas mágicas. Quem se dispõe a ter um peludo em casa precisa saber que os cachorros precisam de cuidados, e isso vai além da alimentação, segurança e saúde – eles também demandam atenção, interação com a família, carinhos e muitas brincadeiras. Tudo isso garante o bem-estar físico e emocional do animal.
Algumas mudanças na nossa rotina, por exemplo, podem prejudicar o dia a dia dos cachorros. Uma mudança de emprego que exija mais tempo fora de casa ou um problema familiar que centralize as atenções atrapalha as atividades caninas.
Muitas vezes, até mesmo mudanças climáticas chegam a interferir. Em dias de muita chuva ou frio, pode não ser possível nem recomendável manter as caminhadas pela vizinhança (que são fundamentais para a socialização e para a atividade física).
Mas, de qualquer maneira, os tutores podem enriquecer os ambientes franqueados aos cachorros, tornando-os mais adequados para deixar os peludos entretidos dentro de casa.
Adestramento
Todos os cães, por mais independentes e teimosos que sejam, gostam muito de aprender. E, para garantir uma boa convivência, eles precisam aprender as regras de casa. Por isso, ensinar desde o primeiro dia os comandos básicos os ajuda a ocupar o tempo.
Ao assimilar ordens simples como “sim” e “não”, “fica” e “vai”, “não puxa” (a guia da coleira), “dentro” e “fora”, por exemplo, os cachorros compreendem os espaços da casa que são liberados ou interditados e, nas despedidas e reencontros, estas palavras ajudam a evitar a ansiedade de separação.
Aos poucos (é preciso uma boa dose de paciência), eles aprendem os horários: os cachorros não consultam relógios, mas assimilam que os tutores passam parte do dia fora de casa e está tudo bem, não há perigo, faz parte da rotina.
Ambiente
Não é porque os cachorros aprendem que os humanos da família passam algumas (ou muitas) horas fora de casa que eles aceitam ficar o dia inteiro sem fazer nada. O tédio está associado a condutas inadequadas, como destruir objetos, e também a questões mais graves, como depressão e ansiedade.
Brinquedos
Providencie alguns brinquedos. Não é preciso comprar objetos novos toda semana: faça um rodízio, guardando os objetos por alguns dias antes de reapresentá-los, ou invente atividades novas com os mesmos objetos.
Cuidado com alguns objetos
Antes de comprar qualquer objeto, verifique se ele é aprovado pelas agências reguladoras. Não adquira nada que possa soltar tintas e outras substâncias tóxicas, com peças pequenas que possam ser engolidas ou que se rasguem com pouco tempo e esforço.
Deixe uma peça de roupa
Deixe uma peça de roupa sobre um móvel na sala em que o cachorro passa a maior parte do tempo, preferencialmente ao lado do cantinho de dormir. Não é preciso que a roupa seja usada, graças ao faro prodigioso dos cães. Os aromas ajudam a criar uma atmosfera familiar que acalma os peludos.
Deixe observar a área externa
Sempre que possível, deixe uma janela entreaberta, para os cachorros observarem o movimento externo – mesmo que eles não enxerguem nada específico (em um apartamento em andar alto, por exemplo), os ruídos da rua ou o voo de algum passarinho.
Os cachorros são guardiães naturais e, ao fazer a ronda pela casa, sentem-se ocupados e úteis para a família. Quem já observou o comportamento de um lhasa apso ou de um lulu da Pomerânia sabe que qualquer peludo é um excelente vigilante.
Acostume-os aos ruídos fortes
Para os cães que sentem medo de ruídos fortes, como relâmpagos e explosões de fogos de artifício, uma boa dica é programar um equipamento de áudio para reproduzir estes sons por alguns minutos, em volume baixo enquanto a família está ausente.
O volume pode ser aumentado gradativamente, para reduzir a tensão provocada pelos barulhos. O ponto mais importante, aqui, é que a reprodução dos sons atrai a atenção dos cães, que passam alguns minutos tentando compreender o que está acontecendo.
Deixe no quintal sempre que possível
Não há inconvenientes em manter o cachorro em ambientes externos, desde que ele esteja adaptado à “vida no quintal” (do contrário, ele entenderá que está sendo punido). O espaço deve ser arejado, com áreas de sombra e de sol, proteção contra a chuva, os ventos e o frio.
É importante, especialmente nos quintais, certificar-se de que o espaço é seguro para os pets: pisos íngremes e escorregadios, locais em que o cachorro possa subir (e cair), objetos ao alcance e outras situações corriqueiras devem ser eliminadas.
Deixe alimento e água fresca
Em qualquer ambiente, os tutores devem se certificar de que haja alimento e água fresca à disposição. Em regiões muito quentes, vale a pena considerar a aquisição de um bebedouro com água circulante.
Esconda alguns petiscos
Uma boa ideia é deixar a comida “escondida”: podem ser apenas alguns petiscos entre as almofadas da sala ou as plantas do jardim. Além de garantir lanches extras no decorrer do dia, a “procura” mantém os cachorros atentos e entretidos.
A volta para casa
Quando os tutores retornam, os cachorros ficam naturalmente muito alegres e querem demonstrar a satisfação que estão sentindo com a presença dos melhores amigos. É preciso dedicar alguns momentos para eles fazerem a festa e extravasarem as emoções.
As brincadeiras podem ser as mais variadas: os tutores podem propor jogos de esconde-esconde, pega-pega, buscar a bolinha, envolver-se em um cabo-de-guerra, correr e saltar pela casa, etc. As atividades devem ser dosadas de acordo com o porte, a idade e o estado geral de saúde dos cães.
Alguns cães mais ansiosos podem exigir atenção imediata, mas isto pode ser corrigido com facilidade (e paciência). Basta reservar os primeiros instantes em casa para guardar compras, trocar de roupas ou checar a correspondência, para só então aceitar os agrados e carinhos. Em poucos dias, os cachorros entenderão que “entradas e saídas” ao fato normais da vida.
É importante que os tutores passem esse tempo de qualidade com os cachorros, brincando, mostrando uma novidade, divertindo-se e matando a saúde. Afinal, é para isso que se adota um peludo: apenas alguns cães de trabalho (especialmente em segurança e proteção) se mantêm quase alheios à chegada dos tutores.
Fonte: Cães Online, adaptado pela equipe Cães e Gatos VET FOOD.
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