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Cuidados com pele e pelagem dos gatos vão além da escovação

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Natalia Ponse, da redação | natalia@ciasullieditores.com.br

Um dos momentos mais gostosos de se ter um animal de estimação é a hora do carinho. Acariciar a cabeça, as costas, a barriguinha… Isso, inclusive, faz bem para a saúde mental dos humanos. E, quando falamos de gatos, esse momento também envolve um dos principais cuidados com os bichanos: a escovação dos pelos.

Para os gatos de pelo longo, é importante sempre fazer a escovação, que deve ser realizada como rotina e com auxílio da escova adequada, que varia de acordo com o tipo do pelo. Para aqueles de pelagem curta, a escovação também é muito importante; porém, a frequência de realização pode ser ajustada, sempre avaliando cada gatinho individualmente.

“A escovação regular auxilia na manutenção da higiene do pelo, previne a ingestão excessiva de pelos pela remoção do excesso durante o processo e evita a formação de nós. Também é um momento de relação entre o tutor e seu gatinho e uma oportunidade para avaliar possíveis alterações da pele no momento da escovação”, pontua a médica-veterinária do Nouvet, especializada em Medicina Felina, Amanda Arantes Farinelli. 

No momento de fazer carinho e escovar os gatinhos, os tutores devem se atentar a alguns sinais (Foto: reprodução)

A pele, inclusive, é outro ponto que merece atenção plena se você tem um felino em casa. Para pets de pelo longo ou curto, Amanda aconselha avaliar falhas de pelo, alteração de coloração da pele, crostas, descamações, hematomas e presença de ectoparasitas como pulgas por exemplo. 

“A pele dos gatinhos deve estar livre de machucados, crostas, ectoparasitas, como pulgas, e o pelo não deve apresentar falhas, pois elas podem estar relacionadas com coceira e lambedura excessivas, além de presença de fungos ou bactérias”, diz e acrescenta: “Além da observação da pele dos gatos, o pelo também pode nos indicar possíveis doenças, devendo estar sempre saudável, brilhante, sem presença de oleosidade excessiva, ressecamento ou crostas”.

As dermatites em gatos podem acontecer por diversos motivos e, de acordo com a causa, cada uma precisa de um tipo de tratamento. A especialista em Medicina Felina destaca a dermatite causada por picada de pulgas como a mais comum – e facilmente evitada, realizando o controle de ectoparasitas, com medicações que evitam a infestação por pulgas. 

“Além da observação da pele dos gatos, o pelo também pode nos indicar possíveis doenças”, conta Amanda Arantes Farinelli (Foto: divulgação)

“Outros fatores que podem levar à dermatite nos gatos é a presença de fungos na pele, resposta imune do animal, alergias alimentares ou à produtos de limpeza e até presença de bactérias e infecções por vírus. Por este motivo, é muito importante procurar atendimento veterinário ao notar alterações de pele nos gatinhos”, salienta.

Os tutores são os maiores aliados no momento de identificar precocemente alterações da pele e da pelagem dos gatos, informa Amanda. No momento de fazer carinho e escovar os gatinhos, por exemplo, é importante que os tutores se atentem à presença de nós no pelame, queda de pelo excessiva, falhas de pelo, pelame com aspecto seco e quebradiço, presença de vermelhidão na pele, crostas brancas/escuras ou vermelhas, fezes de pulgas e pulgas e até presença de nódulos. 

A exposição ao sol também pode ser muito prejudicial para gatinhos, principalmente de pele e pelame claros, podendo estar correlacionada com o aparecimento até de um tipo de câncer de pele, reforça a médica-veterinária. 

Bolas de pelo: é normal?

Muitos tutores consideram o vômito de bolas de pelo como algo normal dos gatos. Porém, o trajeto normal do pelo ingerido durante a auto higiene dos gatos é a eliminação pelas fezes, explica a especialista: “Quando o gato está vomitando bolas de pelo isso pode ser correlacionado, principalmente, com a ingestão excessiva de pelo por alterações da pele e comportamentais ou com alterações gastrointestinais”.

Esses fatores devem ser avaliados individualmente durante o atendimento com o médico-veterinário para entender melhor a causa desse vômito e ingestão exacerbada de pelo, e, a partir disso, estabelecer o melhor tratamento e manejo do animal, podendo ser necessário mudança de dieta, tratamentos de pele e até medicações para o trato gastrointestinal.

Ela ainda acrescenta que a dieta pode auxiliar tanto na manutenção da saúde da pele e pelo e prevenção de alterações de pele como ser parte do tratamento de algumas doenças de pele também. “Alguns dos nutrientes que auxiliam na manutenção da saúde da pele e do pelo dos gatos são: aminoácidos contidos nas proteínas, ácidos graxos ômega 3 e 6, vitaminas do complexo B, ácido linoleico e zinco”, enumera.

A suplementação da dieta dos gatos pode auxiliar na saúde da pele e do pelo dos gatos, deixando a pelagem mais brilhante, auxiliando na queda de pelos e até prevenindo algumas doenças de pele. Porém, a profissional pontua que o uso indevido de suplementos pode ser prejudicial para o animal – por este motivo, sempre consulte um médico-veterinário antes de suplementar.

O médico-veterinário pode informar sobre os cuidados específicos para cada raça (Foto: reprodução)

Raças, faixa etária e seus desafios

Existem raças de gatos predispostas a problemas dermatológicos, tanto em relação a alterações fúngicas quanto às alterações auto-imunes, por exemplo. “Por este motivo é sempre importante que os tutores, ao acolherem um gatinho de raça, procurem atendimento veterinário para uma avaliação geral do paciente e para receber as orientações sobre as predisposições raciais do paciente e como identificá-las precocemente e evitá-las”, afirma.

A pelagem e frequência da auto higiene dos gatinhos também muda não só de acordo com a raça, mas, também, com a faixa etária. “Por este motivo, muitas vezes os gatinhos mais idosos precisam de auxílio no momento da higiene, podendo ser até necessário o uso de produtos tópicos para melhor higienização do pelo e cuidados com a pele”, recomenda a profissional. 

Para a maioria dos gatos, Amanda conta que não é necessário o uso de produtos tópicos para pele e pelo. Mas,caso o tutor opte por utilizar produtos como banhos a seco, é preferível sempre optar por um produto destinado para os felinos e, se possível, sem fragrância. 

No final das contas, os tutores são os maiores aliados na identificação e prevenção dessas afecções. Os principais sinais são hematomas, mucosas pálidas ou amareladas, aumentos de volume, machucados ou sangramentos. “Por este motivo, a avaliação por um médico-veterinário é extremamente necessária para prevenir, identificar e tratar os gatinhos, principalmente pois as recomendações e tratamentos sempre devem ser individualizados para cada paciente”, conclui a especialista em felinos.

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