Viajar junto de um animal de estimação, por vezes, gera dúvidas. Alguns tutores optam por deixá-los em estabelecimentos especializados ou aos cuidados de familiares e vizinhos, mas, há quem prefira levá-los consigo. Embora possa parecer uma solução conveniente para evitar a saudade, essa opção demanda precauções adicionais.
Médico-veterinário e professor universitário do Centro Universitário Newton Paiva, Leonardo de Rago enfatiza a importância de uma consulta veterinária prévia: “Antes da viagem, é crucial uma visita a um veterinário de confiança para checar a saúde do animal, atualizar vacinas e realizar controle de parasitas. O profissional poderá também dar orientações personalizadas, como a administração de remédios para enjoo, se necessário”.
Em viagens de carro, a segurança do pet e dos passageiros é primordial. Deixar o animal solto no veículo pode provocar acidentes e violar leis de trânsito. “É essencial usar uma caixa de transporte apropriada para cada espécie, que permita ao animal se mover e tenha ventilação adequada”, diz Leonardo, que também sugere o uso de cintos de segurança feitos especialmente para pets.
Ele também alerta ainda sobre os riscos de fuga ou perda do animal durante a viagem. Para reduzir esses riscos, é aconselhável usar coleiras com identificação, incluindo nome do animal e contato do dono. Existem opções com microchips, que facilitam ainda mais a localização do pet.
Ficar horas na mesma posição dentro de um carro pode ser desconfortável e exaustivo para todos. No caso dos bichos, não é diferente. Inclusive, eles precisam até de mais paradas do que os seres humanos em viagens. “O ideal é parar a cada duas horas, e deve-se retirar o animal do transporte e permitir que ele ande com a coleira, recomponha energias e faça suas necessidades fisiológicas”, conta.
Além do transporte, outro aspecto importante a considerar é a hospedagem do animal de estimação. Nem todos os hotéis, pousadas ou campings aceitam a presença de pets, por isso é preciso pesquisar com antecedência as opções disponíveis no destino escolhido.
Também é importante oferecer água fresca e limpa com frequência, especialmente em dias quentes ou em locais com clima seco. Alguns animais podem ter enjoos ou vômitos durante o trajeto, por isso é bom evitar alimentá-los logo antes da partida. Caso seja necessário, o veterinário pode indicar medicamentos para aliviar os sintomas.
Pode ser divertido!
Viajar com o animal de estimação também pode ser uma oportunidade de diversão e lazer para ambos. Existem diversos destinos que oferecem atividades e atrações para os pets, como parques, praias, trilhas, cachoeiras e até spas. Alguns lugares contam com serviços especializados, como creches, pet shops, adestradores e até fotógrafos.
O importante é respeitar o limite e o bem-estar do animal, evitando expô-lo a situações de estresse, cansaço ou perigo. Com planejamento e cuidado, a viagem pode ser uma experiência inesquecível para toda a família.
O especialista comenta ainda que raças braquicefálicas, como Pugs e Bulldogs, necessitam de paradas ainda mais frequentes: “Essas raças têm o focinho achatado e o palato mole alongado, o que dificulta a passagem do ar pelas vias respiratórias. Isso pode causar roncos, espirros, tosse e até asfixia em situações de estresse ou calor. Por isso, é importante fazer paradas mais frequentes durante a viagem, para que eles possam respirar melhor e se hidratar. Além disso, é preciso evitar expô-los ao sol forte ou a ambientes muito abafados, pois eles são mais propensos a sofrer de hipertermia. Com esses cuidados, os donos podem garantir uma viagem mais segura e confortável para seus pets.” Finaliza.
Fonte: Centro Universitário Newton Paiva, adaptado pela equipe Cães e Gatos VET FOOD.
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