Após uma análise detalhada dos genomas completos de cinco espécies de gatos, pesquisadores conseguiram resolver alguns mistérios de longa data sobre a evolução destes animais – dando-nos uma compreensão muito melhor de como as diferentes espécies se desenvolveram.
A equipe internacional de pesquisadores analisou espécies, incluindo gatos domésticos, leões e tigres, e usou técnicas como o trio binning: é onde o DNA fornecido por cada um dos pais de um organismo pode ser peneirado e identificado.
Nesse caso, o método foi aplicado a híbridos, permitindo aos pesquisadores distinguir genomas específicos com pouquíssimas lacunas. “Nosso objetivo era entender melhor como os gatos evoluíram e a base genética das diferenças de características entre as espécies de gatos”, diz o zoólogo da Texas A&M University, Bill Murphy.
Ele ainda complementa: “Queríamos aproveitar algumas novas tecnologias que nos permitem criar mapas genômicos de gatos mais completos”.
Uma das questões que a equipe procurava responder é por que os gatos têm relativamente poucas variações genéticas complexas em comparação com outros mamíferos. Por exemplo, não há muita diferença nos cromossomos de um leão e de um gato doméstico.
A nova análise sugere que a causa é a frequência de duplicações segmentares, ou seções de DNA muito semelhantes a outras seções. Os gatos têm muito menos do que outros mamíferos, o que mantém os seus genomas mais estáveis e leva a menos espécies.
Embora grandes variações genéticas não sejam tão comuns em gatos, algumas variações ainda existem, e outra descoberta esclarece quais partes do DNA dos gatos são responsáveis por essas mudanças – especialmente em termos de variações que definem espécies separadas.
A equipe identificou um elemento repetitivo específico do DNA chamado DXZ4, que é conhecido como repetição de satélite: afetando a estrutura 3D do cromossomo X e influenciando a especiação. O segmento DXZ4 em gatos está evoluindo mais rapidamente do que 99,5% do resto do genoma.
Uma nova descoberta sobre genes olfativos também foi possível graças às sequências genômicas altamente detalhadas. Há muita variação entre as espécies no que diz respeito a esses genes – provavelmente porque algumas espécies de gatos ainda precisam de um olfato forte, enquanto outras não.
O estudo mostrou que espécies como o gato pescador retiveram os genes que os ajudam a farejar odores transmitidos pela água – e assim capturar presas – enquanto os gatos domésticos, que não têm a mesma necessidade de caçar, perderam muitos desses genes.
No seu conjunto, as conclusões do estudo mostram que quando as espécies de gatos são diferentes a nível genético, essas diferenças são realmente importantes. Isso deverá ajudar cientistas, conservacionistas e qualquer pessoa que trabalhe com estes animais graciosos.
“Nossas descobertas abrirão portas para pessoas que estudam doenças, comportamento e conservação felina”, diz Murphy, concluindo: “Eles trabalharão com uma compreensão mais completa das diferenças genéticas que tornam cada tipo de gato único”.
Fonte: Universo Racionalista, adaptado pela equipe Cães e Gatos VET FOOD.
LEIA TAMBÉM:
Conheça os cães que são ótimos companheiros para idosos
Médica-veterinária é primeira indígena com doutorado do País
Nova geração gosta mais de pet do que de pessoas, diz pesquisa