Cláudia Guimarães, da redação
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Já faz tempo que os animais, que pareciam tão inofensivos e fofos, dominaram os corações e lares brasileiros. Se você tem um ou mais pets, vai me entender: nós, meros humanos, somos apenas hóspedes dos cães e gatos, pois, na verdade, quem “manda” na casa são eles.
No entanto, apesar de todo amor e carinho que depositamos em nossos pets, devemos estar sempre atentos, pois acidentes indesejados podem ocorrer e, então, precisamos saber medidas de evitar estresse e sofrimento aos animais, mas, caso algo ocorra, também precisamos estar prontos a prestar os primeiros socorros a eles.
O diretor Geral do Centro Veterinário Nouvet, Thiago Guerreiro Teixeira, afirma que, dentre os três principais acidentes domésticos na rotina de clínicas e hospitais são: envenenamento ou intoxicação ao ingerir substâncias tóxicas, como produtos de limpeza, plantas venenosas, alimentos prejudiciais (como chocolate, uvas e cebolas); ferimentos ou cortes durante o passeio, que podem ocorrer por objetos afiados ou, até mesmo, briga com outro pet; e picadas de insetos, como abelhas e vespas, que podem causar reações alérgicas nos pets.
Cuidados de emergência
“No caso do envenenamento, o tutor deve isolar o pet do lugar em que ele estava, para que não haja mais ingestão do produto, e levar ao médico-veterinário prontamente. Trata-se de uma emergência médica e, quanto mais rápida a ação do tutor, melhor para a saúde do pet”, salienta o profissional.
Já no caso de ferimentos, Teixeira relata que o tutor deve lavar as mãos, colocar uma toalha limpa na região, seja para isolar a lesão ou para estancar sangramento. “Isso também evita que o pet fique lambendo o local do acidente. Na sequência, é importante tentar acalmá-lo e ir ao médico-veterinário para atendimento”, indica.
No caso de picada de insetos, o importante, segundo ele, é identificar a região, tentar remover o inseto ou o ferrão, limpar a região e monitorar o pet. “Caso apareçam sinais clínicos, como inchaço significativo, vômitos e dificuldade respiratória, é fundamental procurar o veterinário de forma imediata”, alerta.
Vale destacar que, em qualquer situação citada acima, a ida ao veterinário é indispensável. “Ao levar o pet ao médico-veterinário, em casos de urgência e emergência, vários problemas de saúde potencialmente graves podem ser identificados de maneira mais rápida. Dessa forma, o profissional irá recomendar o tratamento mais apropriado. A saúde e o bem-estar do pet são fundamentais e a rapidez na obtenção de cuidados veterinários é essencial em situações de emergência”, frisa.
Relato de caso
Um caso que marcou o profissional ocorreu no fim de 2019, na época de Natal, quando um pet longevo estava dormindo atrás do carro do tutor. “O tutor, infelizmente, não percebeu e, ao dar ré no carro, causou um politraumatismo no pet. A equipe médica fez todos os exames necessários e identificou, com auxílio de exames de imagens, que houve quatro fraturas importantes, sendo necessário passar por uma cirurgia de imediato”, narra.
Porém, Teixeira conta que a recuperação do pet foi fantástica e, até hoje, ele tem contato com os tutores. “A história ficou como um alerta de que é sempre melhor tomar decisões imediatas para potencializar as possibilidades de tratamento. E, nesse caso em específico, é sempre bom verificar, antes de sair com o carro, se crianças e pets estão seguros”, aconselha.
Também merece atenção!
Outra questão que também deve receber sempre um olhar atento dos tutores é como deixar o ambiente do animal com brinquedos e interações, a fim de garantir seu bem-estar, porém, sem riscos à sua saúde. “A ingestão de objetos estranhos por animais de estimação, como cães e gatos, pode ser perigosa e requer atenção imediata. Os objetos que, comumente, podem se tornar um problema são brinquedos pequenos, meias e plásticos. Caso observe que seu pet tem a tendência de colocar esses objetos na boca, evite deixá-los expostos ao ambiente. Esse simples ato minimiza os riscos de complicações futuras”, garante.
Estes itens devem ser pensados por todos antes de levar um animal de estimação para a casa. Teixeira destaca que adotar um pet é uma responsabilidade significativa e um compromisso que pode durar muitos anos. “Devemos proporcionar uma dieta equilibrada e adequada à espécie e à idade do pet, assim como exames regulares, vacinas e cuidados preventivos, para garantir sua saúde a longo prazo. É fundamental que o tutor esteja disposto a manter a saúde do pet em dia e saiba que o médico-veterinário é o profissional mais bem capacitado para esclarecer todas as dúvidas”, conclui.