A contenção dos gatos na clínica deve ser realizada corretamente para que não haja estresse e promova o bem-estar do animal, bons resultados da consulta e/ou internação. Em situações em que o felino apresenta dor, existe alguma ferramenta que pode ser utilizada por médicos-veterinários?
O médico-veterinário, professor associado de Anestesiologia Veterinária da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Ricardo Guilherme D’Otaviano de Castro Vilani, fala sobre a lidocaína venosa. “A lidocaína tem um efeito muito discreto para promover sedação. Seu uso tem por finalidade analgesia e, por isso, pouco acrescenta para a contenção dos gatos. Além disso, como precisa ser administrada por via intravenosa, normalmente, depende de uma veia já canulada. Mas, quando o gato se apresenta estressado por dor, especialmente após cirurgias, o controle da dor pela lidocaína pode deixar os pacientes mais confortáveis e menos estressados, facilitando, assim, o manejo”, explica.
Segundo o profissional, a lidocaína é um anestésico local do tipo amida que faz bloqueio dos canais de sódio em nervos periféricos. “Por isso, desde que foi sintetizada nos anos de 1940, passou a ser utilizada em administração injetável, para produzir analgesia no local de sua aplicação. Como também tem ação no músculo cardíaco, alguns anos mais tarde, passou a ser utilizada por via intravenosa como antiarrítmico. Há alguns anos, seu uso foi ampliado para analgesia sistêmica por meio de infusão contínua intravenosa e ganhou bastante sucesso pelo efeito adjuvante analgésico e segurança”, conta.
Voltando à clínica de felinos, Vilani diz que a lidocaína pode ser utilizada como anestésico local para procedimentos cirúrgicos, como antiarrítmico, para dessensibilizar a laringe para intubação e como adjuvante analgésico sistêmico por infusão intravenosa. “Como o objetivo é descrever seu uso por via intravenosa, vou destacar seu uso como analgésico sistêmico. Utilizamos ela como adjuvante analgésico durante a anestesia. Isto é, associamos a lidocaína a outros medicamentos analgésicos, como opioides, numa técnica chamada analgesia multimodal, assim as doses necessárias de outros analgésicos e anestésicos são menores, tornando a anestesia mais segura”.
Segundo o professor Vilani, os efeitos tóxicos da lidocaína compreendem sinais de depressão do sistema nervoso central, podendo até promover convulsões. “Por isso, seu uso deve ser cauteloso em pacientes epilépticos. Em gatos, especialmente, há uma preocupação de doses altas de lidocaína promoverem diminuição da pressão arterial. Não há uma comorbidade que limite seu uso, mas pacientes que já apresentam hipotensão precisam ter respeitadas as doses mais baixas. De uma maneira geral, a variação da dose de lidocaína é muito alta, por isso, a recomendação, de uma maneira geral, é não usar as taxas de infusão contínuas mais altas como usadas em cães”.
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Fonte: Redação Cães&Gatos VET FOOD.
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