Crescer não é fácil. Quando criança passamos por incômodos ou até dores nos músculos, as famosas “dores de crescimento”. Da mesma forma, o nosso intelecto também passou por mudanças, tanto emocionais, muitas vezes sem conseguir definir os próprios sentimentos, e também espirituais.
Amadurecer é um processo árduo.
Nossos filhos passarão pelo crescimento físico, com uma boa alimentação e exercícios físicos o crescimento é garantido. Já o progresso emocional e espiritual terá influência e responsabilidade dos pais.
AS FASES DO CRESCIMENTO
As diferentes fases do crescimento exigem, dos pais, cuidados distintos. Não podemos limitar isso apenas a aspectos físicos, como cuidar de um recém-nascido é diferente de um adolescente, mas as necessidades emocionais também variam de acordo com a fase.
O cristão deve entender que é responsabilizado, pela Palavra de Deus, a ajudar os outros naquelas áreas em que carrega mais conhecimento e experiência de vida.
Paulo em sua carta a Tito escreveu para que ele orientasse as mulheres mais velhas:
“Do mesmo modo, quanto às mulheres idosas, que tenham conduta reverente, não sejam caluniadoras, nem escravizadas a muito vinho. Que sejam mestras do bem, a fim de instruírem as jovens recém-casadas a amar o marido e os filhos, a serem sensatas, puras, boas donas de casa, bondosas, sujeitas ao marido, para que a palavra de Deus não seja difamada.”
Tito 2:3-5
Além de reconhecer a necessidade dos mais experientes ensinarem os mais novos, por outro lado, devemos reconhecer que a orientação bíblica aponta a necessidade dos inexperientes de buscarem conselho e orientação dos mais vividos.
Paulo, em 1 Coríntios 13, fala acerca das fases diferentes apresentarem comportamentos distintos:
“Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, pensava como menino; quando cheguei a ser homem, desisti das coisas próprias de menino.”
1 Coríntios 13:11
É nossa missão orientar o comportamento de cada fase. As crianças passam pelo momento em que deveriam se divertir, à medida que crescem devem mostrar sinais de maturidade.
Não devemos esperar que a mudança de comportamento seja algo espontâneo, é necessário que os pais, de forma intencional, incluam na criação dos filhos as instruções e os processos que cooperem com o progresso deles.
Nossos filhos progredirão de uma fase a outra à medida que crescem. Cada transição deve ser tanto celebrada como destacada. Essa conduta tanto esclarece a importância da transição entre as fases como também festeja a chegada de novas etapas.
A RELAÇÃO DOS FILHOS COM A FAMÍLIA
O ciclo do crescimento também envolverá algumas inversões de papéis.
Os filhos, quando crianças, são servidos; contudo, à medida que crescem, passarão a servir à família.
Nessa mudança muitos pais, ainda que inconscientemente, relativizam a importância de se delegar responsabilidades e intencionalmente sujeitar os filhos a processos de amadurecimento. É como se eles enxergassem apenas os extremos. Por um lado, os filhos sendo cuidados pelos adultos, porque não podem fazer isso por si mesmos, é algo percebido e compreendido. Por outro lado, os mesmos filhos, depois de crescidos, assumem as responsabilidades da vida adulta também.
Não há crescimento imediato, é preciso aprender, viver o processo. O tempo é um fator necessário para o desenvolvimento e nossa função como pais é tratar nossos filhos de acordo com sua idade, delegar tarefas e ajudá-los a crescer.
O AMADURECIMENTO
Jesus ensinou acerca do amadurecimento. Esse desenvolvimento é um projeto de longo prazo, tanto no mundo natural como também no espiritual.
“Jesus disse ainda: — O Reino de Deus é como um homem que lança a semente na terra. Ele dorme e acorda, de noite e de dia, e a semente germina e cresce, sem que ele saiba como. A terra por si mesma frutifica: primeiro aparece a planta, depois, a espiga, e, por fim, o grão cheio na espiga. E, quando o fruto já está maduro, logo manda cortar com a foice, porque chegou a colheita.” (Marcos 4.26-29).
Cada fase tem o seu tempo, algumas levarão anos, enquanto outras alguns meses. O tempo é necessário, mas somente ele não garante o resultado.
“Pois, quando já deviam ser mestres, levando em conta o tempo decorrido, vocês têm, novamente, necessidade de alguém que lhes ensine quais são os princípios elementares dos oráculos de Deus. Passaram a ter necessidade de leite, não de alimento sólido” (Hebreus 5.12).
Esse texto destaca que nem todos, à medida que o tempo passa, se permitem crescer. As crianças precisam de determinados processos que as ajudem a entender a responsabilidade. Em outras palavras, os pequenos são focados na diversão. Não entenderão responsabilidade a menos que seja exemplificada e exercitada.
Essa nova fase costuma gerar determinadas crises. Mas não pode ser negligenciada.
Em amor, cientes do que os desconfortos necessários produzirão, devemos expor, de forma equilibrada, os nossos filhos aos processos de amadurecimento.
Somente assim o tempo terá o aliado necessário para que eles se desenvolvam não apenas no aspecto físico.
Texto baseado no no livro “COMO FLECHAS: PREPARANDO E PROJETANDO OS FILHOS PARA O PROPÓSITO DIVINO” de Luciano e Kelly Subirá disponível na loja.orvalho.com