O caráter de Deus é um assunto que parece muito abstrato para todas as pessoas e, além disso, um assunto que não é facilmente aceito por todos, porque Seu caráter não é similar à personalidade de um ser humano. Deus também tem Suas próprias emoções, a saber, alegria, ira, tristeza e felicidade, mas essas emoções são diferentes das humanas. Deus é o que Ele é e tem o que Ele tem. Tudo o que Ele expressa e revela são representações de Sua substância e de Sua identidade. O que Ele é e o que Ele tem, bem como Sua substância e identidade, são coisas que não podem ser supridas por nenhum ser humano. Seu caráter abrange Seu amor pela humanidade, Seu consolo à humanidade, Seu ódio à humanidade e até mais do que isso, ou seja, uma compreensão completa da humanidade. A personalidade do ser humano, no entanto, pode ser otimista, vivaz ou insensível. O caráter de Deus é a que pertence ao Soberano dos seres vivos em meio a todas as coisas, ao Senhor de toda a criação. Seu caráter representa honra, poder, nobreza, grandiosidade e, acima de tudo, supremacia. Seu caráter é símbolo de autoridade, símbolo de tudo que é justo, símbolo de tudo que é belo e bom. Mais do que isso, é um símbolo Daquele que não pode ser superado nem invadido pela escuridão ou por qualquer força inimiga, bem como símbolo Daquele que não pode ser ofendido (nem tolerará ser ofendido) por nenhuma criatura. Seu caráter é símbolo do poder supremo. Nenhuma pessoa nem pessoas conseguem nem podem perturbar Sua obra nem Seu caráter. Mas a personalidade do ser humano não passa de mero símbolo da tênue superioridade do ser humano em relação ao animal. O ser humano em si e por si só não tem autoridade, não tem autonomia nem capacidade para transcender o eu, mas é alguém que, em sua substância, dobra-se à mercê de todo tipo de pessoas, eventos e coisas. A alegria de Deus se deve à existência e emergência da justiça e da luz; graças à destruição da escuridão e do mal. Ele sente prazer porque trouxe a luz e uma vida boa para a humanidade; Sua alegria é uma alegria justa, símbolo da existência de tudo o que é positivo e, mais do que isso, um símbolo auspicioso. A ira de Deus se deve à existência da injustiça e das perturbações que ela causa e que estão lesando Sua humanidade; deve-se à existência do mal e da escuridão, à existência de coisas que expulsam a verdade e sobretudo à existência de coisas que se opõem ao que é bom e belo. Sua ira é um símbolo de que todas as coisas negativas deixam de existir e ademais é um símbolo de Sua santidade. Sua tristeza se deve à humanidade, por quem Ele tem esperanças, mas que caiu em trevas, porque a obra que Ele realiza no ser humano não preenche Suas expectativas e porque a humanidade que Ele ama não pode viver toda na luz. Ele Se sente triste com a humanidade inocente, com o homem honesto, mas ignorante, e com o homem que é bom, mas limitado em seus pontos de vista. Sua tristeza é símbolo de Sua bondade e de Sua misericórdia, símbolo de beleza e amabilidade. Sua felicidade obviamente advém do fato de derrotar Seus inimigos e ganhar a boa-fé do ser humano. Mais do que isso, ela é suscitada pela expulsão e destruição de todas as forças inimigas e porque a humanidade recebe uma vida boa e pacífica. A felicidade de Deus é diferente da alegria do ser humano; ela é mais como a sensação de colher bons frutos, um sentimento até mais forte do que alegria. Sua felicidade é símbolo da humanidade que daqui por diante se liberta do sofrimento e símbolo da humanidade que ingressa em um mundo de luz. As emoções da humanidade em contrapartida são todas suscitadas por seus próprios interesses, não pela justiça, pela luz ou pelo que é belo, muito menos pela graça concedida pelo Céu. As emoções da humanidade são egoístas e pertencem ao mundo das trevas. Elas não existem por causa da vontade de Deus, muito menos em função do plano de Deus e, assim, ser humano e Deus jamais podem ser pronunciados no mesmo fôlego. Deus é para sempre supremo e eternamente honrável, ao passo que o ser humano é para sempre vil, para sempre sem valor. Isso é assim porque Deus está sempre realizando sacrifícios e dedicando a Si Próprio à humanidade; o ser humano, contudo, sempre toma e ambiciona só para si mesmo. Deus está sempre tomando sobre Si as dores pela sobrevivência da humanidade, enquanto o ser humano nunca contribui para a causa da luz ou para a justiça. Mesmo que o ser humano se esforce por algum tempo, ele é tão débil que não consegue resistir a nenhum golpe porque o ser humano sempre se esforça em função de si próprio e não dos outros. O ser humano é sempre egoísta, ao passo que Deus sempre é altruísta. Deus é a fonte de tudo que é justo, bom e belo, ao passo que o ser humano é aquele que sucede e manifesta toda a feiura e todo o mal. Deus jamais modificará Sua substância de justiça e beleza, enquanto o ser humano é perfeitamente capaz de trair a justiça e afastar-se de Deus a qualquer tempo e em qualquer situação.
A Palavra, vol. 1: A aparição e a obra de Deus, “É muito importante entender o caráter de Deus”