Ao longo dos séculos, os cristãos têm lutado com a questão do envolvimento nas forças armadas. E muitos cristãos terão uma resposta diferente para esta pergunta. Tudo isto para dizer que esta questão não tem uma resposta fácil.
É certo juntar-se e servir?
Na raiz desta questão está se é certo ingressar e servir voluntariamente nas forças armadas. Muitos cristãos ao longo dos séculos não tiveram a opção de servir voluntariamente; muitos foram forçados a servir com base na necessidade de infantaria. Portanto, a bênção por trás da pergunta é que você tem a opção de não servir assim como de servir. Portanto, a resposta não pode ser delegada ao governo, mas recai sobre você e sua consciência.
Guerra no Antigo Testamento
No Antigo Testamento, há muitos exemplos de Deus sancionando a guerra contra outras nações. Abraão, o grande pai da nossa fé (Romanos 4:11-12), travou uma guerra para resgatar Ló (Gênesis 14:13-16). Josué travou guerra contra Jericó (Josué 6). Moisés liderou os israelitas contra os amalequitas (Êxodo 17). Davi, o homem segundo o coração de Deus, lutou contra Golias e os filisteus (1 Samuel e 2 Samuel). O serviço militar não foi desencorajado, mas encorajado nestes exemplos. Como Deus estava com Israel como nação, havia uma justificativa para a guerra santa para remover as nações que eram completamente más aos olhos de Deus.
Guerra no Novo Testamento
No Novo Testamento, Deus revela que Seu reino não é desta terra. As guerras entre uma nação e outra não têm o mesmo apoio de Deus como era aparente no Antigo Testamento. A verdadeira guerra está no reino espiritual. Jesus disse a Pedro para guardar a sua espada no Jardim do Getsêmani como forma de comunicar que o Reino de Deus não pode ser defendido, não deve ser defendido e não precisa ser defendido por meios mundanos (João 18:11). Paulo nos diz que não lutamos contra carne ou sangue, mas contra autoridades e poderes espirituais, usando a armadura de Deus (Efésios 6:10-18). Os cristãos travam a guerra amando os outros, orando, permanecendo na verdade, conhecendo e acreditando nas verdades de Cristo e fazendo discípulos de todas as nações. No Apocalipse, vemos uma batalha acontecendo e as vitórias ocorrem quando os cristãos dão suas vidas pelo Evangelho.
O Novo Testamento condena o envolvimento militar?
Então, o Novo Testamento condena o envolvimento militar? Não. Jesus nunca disse explicitamente aos Seus discípulos ou a outros que servir no exército era ruim. Embora Ele lhes tenha dito em Mateus 5 para “amar os seus inimigos”, Ele estava falando de “inimigos pessoais” da sua fé, não de uma nação contra outra na batalha. No encontro de Jesus com um soldado, Ele elogiou o homem pela sua fé, mas nunca lhe disse para abandonar o serviço militar (Lucas 7). Na verdade, Ele nunca o julgou por causa de seu envolvimento militar. Da mesma forma, Pedro nunca julgou Cornélio, outro soldado romano em Atos. Não vemos Paulo falando contra o envolvimento militar em suas cartas. Como qualquer outra vocação, o serviço militar era uma forma de emprego conhecida e respeitada.
Compatível com a fé cristã
As Escrituras revelam que servir nas forças armadas é compatível com a fé cristã. Existem razões legítimas para servir nas forças armadas, especialmente para proteger os inocentes, promover a justiça e restringir (se não punir) nações agressivas e más. No entanto, se uma pessoa tem a opção de servir ou não servir, essa pessoa deve pesar cuidadosamente as causas que a nação apoia e, em última análise, tomar a decisão com base na sua consciência. O potencial soldado deve orar sobre a decisão e procurar o conselho de um irmão mais velho em Cristo ou de um pastor.
Perguntas e considerações
Ao considerar o serviço militar, estas questões e considerações podem ser úteis:
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- O governo está perseguindo o bem e punindo o mal? Os governos são ordenados por Deus para promover o bem e punir o mal (Romanos 13:1-5). Se você sabe que o governo da sua nação é mau, então você deve considerar um papel diferente que o impeça de ser o executor dos objetivos malignos da nação.
- Os militares estão agindo como um instrumento defensivo do governo ou como um instrumento ofensivo? Se for defensivo, então há mais apoio bíblico para o envolvimento. Mas se os militares estão a travar a guerra e a causar a guerra, então há menos apoio bíblico. Por outro lado, também é bom perguntar o que a rendição a uma nação agressiva causaria além de mais estragos por parte do regime tirânico. Se servir nas forças armadas é um meio de defender os inocentes e indefesos, então ingressar nas forças armadas é um propósito que vale a pena.
Que o Senhor o abençoe ao buscar conhecer Sua vontade por meio da oração, do conselho de outras pessoas e do estudo de Sua palavra. Independentemente da sua decisão, que você conheça a proteção que o Senhor lhe oferece no Salmo 91.