O ciúme e o medo estão mais ligados do que muitas pessoas imaginam. O ciúme abrange a infelicidade, o ressentimento, a amargura e, às vezes, até a raiva de alguém porque essa pessoa possui algo que você não possui ou deseja possuir. Medo, nesse caso, é ter medo de que, se você não conseguir aquilo para si, valerá menos do que aqueles que o têm. A sensação de que alguém vale mais do que você pode obrigá-lo a confrontar-se com essas emoções e pode ser uma situação perigosa porque, quando o ciúme e o medo se combinam, as coisas podem agravar-se rapidamente. Este problema não é exclusivo do nosso tempo. Consideraremos na Bíblia dois casos de como o ciúme e o medo se desenrolaram; um do Antigo Testamento e outro do Novo Testamento e como nós, como crentes hoje, também podemos combatê-los.
O caso de José e seus irmãos no Antigo Testamento
“Ora, Israel amava José mais do que qualquer outro de seus filhos, porque ele era o filho de sua velhice. E fez para ele um manto de muitas cores”. (Gênesis 37:3)
Jacó teve 12 filhos, mas amava José mais do que todos os seus filhos porque era filho de sua velhice. Ele fez para José uma túnica de muitas cores, o que deixou seus irmãos com inveja dele e de seu sonho. José era favorecido e recebia mais coisas boas de seu pai do que de seus irmãos. Esta foi uma receita para o desastre. É natural que seus irmãos tivessem medos e o vissem como uma ameaça, pois ele pode acabar tirando tudo deles por causa de seus sonhos. Se Deus não tivesse intervindo, o ciúme deles teria resultado na morte de José. O ciúme e o medo os levaram a fazer o impensável; vendendo-o por 20 moedas de prata e encobrindo suas ações, contando ao pai que animais selvagens o mataram.
O ciúme, quando permitido, pode trazer à tona o lado negro de uma pessoa e levá-la a praticar o mal. Os irmãos de José não ficaram com medo e com ciúmes em um dia. Mas eles alimentaram seus ciúmes e medos e deram espaço para crescer em seus corações, que no final se transformaram em ódio e as consequências trouxeram tristeza para o pai e arrependimento para eles. (Gênesis 42:21-22)
O caso de Jesus e os fariseus no Novo Testamento
“PorqueDeus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (João 3:16)
Jesus foi amado por muitos, especialmente entre os pobres que O seguiram durante Seu ministério. Ele pregou as boas novas e realizou muitos milagres, mas alguns não ficaram felizes com Seu sucesso; tais eram os fariseus que eram principalmente os líderes das sinagogas judaicas. Eles eram conhecidos por sua aceitação e estrita observância da lei de Moisés e da tradição oral, incluindo todas as mais de 600 leis da Torá.
Os fariseus estavam no comando – ou pensavam estar – eram suas palavras e doutrinas que importavam. Eram eles que tinham a palavra final sobre questões religiosas e tinham a lealdade do povo, não um mero filho de carpinteiro. Eles ficaram com ciúmes de Jesus por causa de Sua popularidade, da grande multidão que O seguia e também porque Seus ensinamentos expunham suas pretensões porque eram apenas externos, no nível da superfície e não do coração.
Eles também estavam com medo porque Jesus estava ganhando as multidões e, se continuasse, começaria uma insurreição contra o governo e eles poderiam perder o poder sobre o povo. Então, eles planejaram e O mataram. O ciúme e o medo podem ser facilmente provocados quando a ameaça de perder algo valioso é percebida. Para os fariseus era assim e eles iam ao extremo para manter o controle sobre o povo, em vez de aceitar e se alegrar com o cumprimento do plano de salvação de Deus em Jesus Cristo.
Como podemos combater o ciúme e o medo?
1. O Temor do Senhor
“O temor do Senhor é o princípio da sabedoria, e o conhecimento do Santo é a perspicácia.” (Provérbios 10:27)
Um homem que teme ao Senhor é um homem sábio. A sabedoria é a aplicação correta do que sabemos. Um homem que teme a Deus sempre busca a santidade e a obediência aos mandamentos de Deus. Ele deseja agradar ao Senhor em tudo o que faz. Ele sabe que o Senhor tem um plano para todos e celebrará e louvará a Deus quando seu próximo progredir em vez de ficar com ciúmes. Os irmãos de José e os fariseus não reverenciaram a Deus em sua conduta e se tornaram uma ferramenta para Satanás. O ciúme e o medo desaparecem quando o temor do Senhor está presente. Existe ciúme e medo em seu coração agora por causa do seu próximo? Você teme o Senhor? Se você estiver disposto a ouvir as instruções de Deus em Sua Palavra e obedecê-las, você vencerá esses dois velhos inimigos no poder do Espírito Santo.
2. Amor
“Amarás o teu próximo como a ti mesmo.” (Marcos 12:31)
Um amor genuíno ao Senhor e à Sua Palavra se traduzirá naturalmente em um amor genuíno ao próximo. O oposto do amor é o egoísmo e isso foi claramente demonstrado pelos irmãos de José e pelos fariseus que se sentiam ameaçados pelo progresso dos outros. O ciúme e o medo perdem seu domínio e poder quando o amor está presente.
“O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece, não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor nunca falha; mas, havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá; porque, em parte, conhecemos e, em parte, profetizamos. Mas, quando vier o que é perfeito, então, o que o é em parte será aniquilado. Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino. Porque, agora, vemos por espelho em enigma; mas, então, veremos face a face; agora, conheço em parte, mas, então, conhecerei como também sou conhecido. Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; mas o maior destes é o amor.” (1 Coríntios 13:4-13)