A fraude na contabilidade da Americanas, que vem agitando as notícias depois que a empresa revelou algumas inconsistências. Foram cerca de R$ 20 bilhões e, posteriormente, mais R$ 40 bilhões que estão ameaçando um grupo específico e vulnerável de credores: os microempresários. Infelizmente, somente nesta categoria o calote provavelmente chega a R$ 1 bilhão.
Até agora, tudo o que sabemos é que a Americanas está sob controle dos bilionários, Jorge Paulo Lemann, Beto Sicupira e Marcel Telles. A empresa deve, pelo menos, R$ 875 milhões a aproximadamente 6 mil microempresas, de acordo com os cálculos prévios informados à imprensa. Como você verá na matéria deste sábado (18) do Notícias Concursos, tais empreendedores e companhias eram alguns dos fornecedores de serviços ou produtos para todo o grupo. Isso inclui, obviamente, lojas físicas presentes por todas as regiões do país.
Como o “prejuízo” que a Americanas deu para microempresas foi calculado?
Nesta situação do débito feito com as pequenas empresas e os microempreendedores, como citado anteriormente, o levantamento foi concluído por alguns jornalistas. Eles tiveram como base, alguns dados que foram entregues para a Justiça ao longo do pedido da recuperação judicial da empresa.
- Entre os negócios que estão dentro das categorias listadas, aparecem credores das áreas de:
- Indústrias;
- Alimentação;
- Editoras de livro;
- Prestador de serviço de TI;
- Prestador de serviço de manutenção.
No momento, enquanto a Americanas tem condições de receber, em média, R$ 360 mil anuais, um MEI (Microempreendedor Individual) tem condições de receber, no máximo, R$ 81 mil anuais. Essas organizações são conhecidas pela fragilidade financeira. Ademais, microempresas também não possuem muitos clientes, por isso, provavelmente sairão desse tumulto bem abaladas ou até mesmo falidas.
Pequenos credores
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Os prestadores de serviços de pequeno porte da Americanas lamentam o que a empresa está passado, obviamente porque a crise os atinge. Afinal, todos temem nunca receber seus pagamentos.
Os valores são limitados, contando com custos de R$ 720,00 até R$ 3.800,00, mas que remunerariam um trabalho que já foi executado. Por exemplo, no mês de novembro do ano de 2022, Ricardo Rodrigues, trabalhador autônomo, executou a manutenção dos aparelhos de ar-condicionado da unidade da Americanas Express na cidade de Januária, em Minas Gerais. Foram seis aparelhos que totalizaram um serviço de três dias no valor de R$ 720,00. Infelizmente, Rodrigues ainda aguarda pelo pagamento.
O combinado de Ricardo no negócio era receber o valor dos serviços em 45 dias depois do trabalho finalizado. Mas, infelizmente, agora ele entrou para a lista dos credores da Americanas, que entrou na recuperação judicial. No dia 25 de janeiro de 2023, foi entregue para a Justiça do Rio de Janeiro, um documento com mais ou menos 8.000 nomes. Nesta documentação está contido bancos, empresas com pequeno, médio porte e multinacionais, contabilizando uma dívida total de aproximadamente R$ 47,9 bilhões.
Nessa listagem da Americanas, Ricardo está classificado como um dos quirografários. Isso significa que ele não tem preferência nenhuma em se tratando dos demais. O autônomo diz que o dinheiro faz falta para ele, pois teve que parcelar algumas compras no cartão de crédito para que as dívidas não se acumulassem. O rombo no orçamento de R$ 720,00 o complicou, e para piorar, nem tem mais expectativas de receber o dinheiro. Ricardo Rodrigues relata que tem uma renda de R$ 2.500,00 por mês com as instalações e as manutenções de ar-condicionado.