Com os acontecimentos inesperados que mudaram completamente o percurso dos negócios, como a pandemia e os impactos econômicos globais, é nítido que as empresas precisam ter em seu DNA a habilidade de se adaptarem rapidamente às mudanças, pequenas ou drásticas, e a qualquer outro evento que possa alterar o planejamento estratégico. Nestes últimos dois anos, pôde-se notar que as companhias que não tiveram habilidade de adaptação a ocasiões adversas tornaram-se vulneráveis e perderam vantagem competitiva.
Parece simples, mas agir rapidamente às mudanças de mercado e, consequentemente, às necessidades dos clientes é uma questão complexa porque envolve, entre outras coisas, o investimento em tecnologias e em inovação.
O Gartner prevê que os gastos mundiais com TI devem chegar a US$ 4,5 trilhões até o final de 2022. O motivo para tal reforço nos investimentos são as expectativas em torno da recuperação econômica e a expansão no mercado digital. Transformar digitalmente as companhias, com soluções que integram e orquestram todos os sistemas, acelera o tempo de resposta das empresas, seja no lançamento de produtos ou serviços, nas pequenas melhorias de processos ou para alterar o planejamento de maneira abrupta.
Este mindset inovador, impulsionado pelo Gartner, chama-se Composable Business, que viabiliza às empresas tradicionais a modernização do roadmap de TI e, ao mesmo tempo, manterem os negócios em andamento por meio de soluções que orquestrem o ecossistema de de aplicações de negócios de maneira totalmente integrada, garantindo a segurança da operação sem perder o time-to-market. Estima-se que, até 2024, pelo menos 50% dos clientes de ERP de classe mundial existentes irão avaliar vários fornecedores de nicho em vez de implementar automaticamente novas versões monolíticas dos grandes fabricantes de software.
A evolução do ERP para o modelo Composable
Assim como a arquitetura de TI foi remodelada para dar total suporte a esta tendência de negócios, o ERP, crucial para o perfeito funcionamento dos processos, também acompanhou toda essa transformação, evoluindo para o Composable ERP, chamado pelo Gartner de 4ª era do ERP.
Uma série de mudanças organizacionais e de processo são necessárias para apoiar efetivamente um portfólio composto de aplicativos ERP. Agora, além de unificar e automatizar os dados, o ERP é capaz de criar, gerenciar e entender os dados gerados – tornando-se um sistema inteligente, que possibilita inúmeras novas aplicações e funcionalidades, o que proporciona a integração de diversas tecnologias emergentes e fundamentais para o futuro dos negócios.
Ao migrar para o ERP composable, é necessário levar em conta o aumento da complexidade de gestão do portfólio. Quanto mais fornecedores no portfólio, mais coordenação (e tempo!) será necessário para testar cada mudança. Mais fornecedores equivalem a mais esforço e risco para quase todos os aspectos do suporte – solução de problemas, sincronização de restaurações de ambiente e garantia de compatibilidade entre os componentes de nuvem e fora da nuvem do portfólio.
O que considerar na escolha de um parceiro de suporte para o Ecossistema Composable
Novas soluções em Nuvem criam oportunidades e riscos de uma perspectiva de processo de negócios, já que, ao mesmo tempo em que as empresas ampliam os recursos para a obtenção de melhores resultados, precisam gerir vários fornecedores aumentando o risco do surgimento de problemas inesperados de suporte e gerenciamento de soluções downstream.
Isso porque, em vez de um único fornecedor de ERP, as empresas provavelmente terão muitos parceiros, abrindo espaço para que uma ocorrência em uma determinada aplicação gere um efeito cascata por todo o ecossistema de negócios. A orquestração unificada de diversos fornecedores de sistemas de TI, por exemplo, é um aspecto fundamental para se considerar na eleição do parceiro de suporte, com a expertise necessária para solucionar ocorrências sem interromper aspectos vitais da operação, salvaguardando os negócios.
É verdade que a maioria das empresas ainda organiza o suporte em torno de produtos e fornecedores. Tal abordagem precisa evoluir um modelo de atuação consultiva em que os especialistas de suporte solucionem problemas com foco nos negócios da companhia e no seu roadmap de tecnologia, indo além do mindset centralizado em produtos e serviços.
Essa nova abordagem oferece à empresa uma visão holística de seu ambiente ERP multifornecedor, multiplataforma e combinável. Ele fornece uma experiência única para suporte de software, eliminando os silos tradicionais de suporte de software. Ao reunir operações, gerenciamento de aplicativos e atividades de suporte sob um único guarda-chuva, os líderes de TI podem melhorar os resultados dos negócios.
Um modelo de suporte unificado para operações do sistema, gerenciamento de aplicativos e suporte oferece a conveniência de organizar os vários fornecedores e camadas de serviço no fluxo de trabalho de suporte em um único mecanismo de supervisão, o que resulta em menos transferências e um esforço de suporte mais contínuo.
À medida que o portfólio de ERP se expande e se contrai com mudanças em soluções individuais, o suporte também precisa ser dimensionado. Um modelo de suporte unificado permite que a TI escale mais facilmente por meio de uma única estrutura organizacional capaz de absorver novos projetos à medida que eles acontecem, em vez de esperar para configurar o suporte à medida que projetos individuais são concluídos.
Com mais fornecedores no portfólio de tecnologia, torna-se ainda mais importante entender as operações, o gerenciamento de aplicativos e os riscos de suporte de uma escolha de tecnologia. Um modelo de suporte unificado posiciona a TI para ser mais estratégica ao gerenciar o portfólio de ERP. Um fornecedor agnóstico com conhecimento do portfólio ajuda a empresa a fazer melhores escolhas de soluções, pois aproveita oportunidades novas e inovadoras. À medida que a empresa toma decisões de tecnologia, o suporte unificado permite que a TI forneça insights sobre como as opções se encaixam no portfólio Composable, não apenas de uma perspectiva operacional, mas também estratégica.
Por Edenize Maron, diretora presidente da Rimini Street para a América Latina.
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