O reconhecimento facial entrou definitivamente na rotina digital do brasileiro. Como vários smartphones permitem o desbloqueio dessa forma, e diversos apps e serviços on-line incluíram essa biometria no processo de onboarding, especialmente bancos. Com isso, cresceu de 29% para 43% a proporção de brasileiros com smartphone que já acessaram serviços digitais com reconhecimento facial, segundo a pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box – Senhas e biometria no Brasil – Novembro de 2022.
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O reconhecimento facial ficou atrás apenas da leitura de digital como a técnica mais utilizada no País. O reconhecimento facial já foi mais experimentado pelos jovens de 16 a 29 anos (48%), do que pelas pessoas de 30 a 49 anos (43%) e do que por aquelas com 50 anos ou mais (37%).
Nota-se também uma diferença por classe social: 54% dos brasileiros com smartphone das classes A e B já acessaram serviços digitais com reconhecimento facial, ante 41% daqueles das classes C, D e E.
Por sua vez, a proporção que já experimentou a leitura de digital no smartphone subiu apenas um ponto percentual em um ano, passando de 45% para 46%. Não há diferença significativa por classe social neste caso, mas por faixa etária, sim. Novamente, os jovens de 16 a 29 anos são os maiores adeptos dessa tecnologia (53%). Sua adoção cai para 46% no grupo de 30 a 49 anos e diminui para 38% na faixa etária com 50 anos ou mais.
Como o brasileiro desbloqueia o celular
Quando analisada a forma como o brasileiro desbloqueia seu celular, percebe- se que a leitura de digital continua sendo a mais popular, usada por 46% dos brasileiros com smartphone (era 47% um ano atrás), o que pode ser explicado por se tratar de uma tecnologia presente em praticamente todos os modelos de smartphone vendidos atualmente.
O reconhecimento facial vem subindo, tendo passado de 10% para 17% em um ano, e ocupando agora o segundo lugar como meio mais usado para desbloqueio de celular no Brasil. A biometria facial está tirando espaço principalmente da autenticação através de desenho na tela, que caiu de 20% para 14%. O uso de senha numérica segue estável, sendo o método preferido de 14% dos brasileiros com smartphone.
De maneira geral, os mais jovens preferem o desbloqueio por biometria, seja facial ou leitura de digital, enquanto o uso de senha, seja numérica ou um desenho na tela, encontra maior penetração no público a partir de 50 anos de idade.
Vale destacar que uma minoria de 5% dos brasileiros não bloqueia a tela do celular. Eram 7% um ano atrás. A incidência é maior no grupo acima de 50 anos (8%).
Por que a digital ainda é mais utilizada?
A leitura de digital é o meio considerado mais fácil e confortável de autenticação a serviços digitais, na opinião de 37% dos brasileiros com smartphone. Merece destaque, contudo, o crescimento de 14% para 21% em um ano na proporção que aponta o reconhecimento facial. A proporção que acha as senhas mais fáceis e confortáveis caiu de 25% para 20% nesse período.
Três métodos de autenticação aparecem empatados como aquele considerado mais difícil e desconfortável pelo brasileiro, citados por 19% dos entrevistados cada um: escaneamento de íris, reconhecimento de voz e recebimento de token por SMS. Cabe destacar, entretanto, que provavelmente a percepção sobre o escaneamento de íris se deve mais à imaginação do brasileiro do que a uma experiência efetiva com essa tecnologia, pois ela está disponível em pouquíssimos dispositivos.
A leitura de digital é apontada por 29% dos respondentes como o método mais seguro e confiável de autenticação a serviços digitais (eram 31% um ano atrás). Nesse aspecto, o reconhecimento facial subiu de 17% para 22%, superando as senhas, que caíram de 19% para 14%. As senhas são consideradas o método menos seguro de autenticação, de acordo com 30% dos brasileiros com smartphone – eram 27% um ano atrás.
Metodologia da pesquisa
A Panorama Mobile Time/Opinion Box – Senhas e biometria no Brasil é uma pesquisa independente produzida por uma parceria entre o site Mobile Time e a empresa de soluções de pesquisas Opinion Box. Nesta edição foram entrevistados 2.080 brasileiros que acessam a Internet e possuem smartphone. As entrevistas foram feitas on-line entre 19 e 26 de outubro de 2021. Esta pesquisa tem validade estatística, com margem de erro de 2,1 pontos percentuais e grau de confiança de 95%.