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‘Dibu’ Martínez, o outro herói do tri da Argentina

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Lionel Messi atraiu os holofotes no domingo com o título mundial da Argentina, mas outro jogador também merecia o status de herói da final, o goleiro Emiliano ‘Dibu’ Martínez, decisivo na disputa de pênaltis contra a França (4-2 depois do empate em 3 a 3).


Depois de Gonzalo Montiel converter a cobrança que deu o tricampeonato para a ‘Albiceleste’, Martínez se jogou no gramado e ficou vários segundos completamente perplexo, tentando assimilar o momento histórico que estava vivendo. Até que Paulo Dybala foi abraçá-lo.


“Um jogo para sofrer, outra vez tínhamos o controle. Dois chutes atrás e empataram o jogo. Outra coisa que dissemos, que era o destino sofrer. Fizemos 3 a 2, marcaram outro pênalti contra nós. Tomamos o gol, quase fazem dois. Graças a Deus fiz a defesa com o pé depois”, lembrou o goleiro, que levou o jogo para os pênaltis ao defender no final da prorrogação um chute cara a cara de Kolo Muani.




“E depois fiz a minha parte, o que sonhei. Não poderia sonhar com um Mundial como este. Não tenho palavras”, confessava emocionado. ‘Dibu’ Martínez foi escolhido o melhor goleiro da Copa do Mundo, com defesas decisivas para o título da ‘Albiceleste’.


É difícil dizer que um goleiro fez um jogo excepcional quando sofre três gols, mas sua contribuição, especialmente na disputa de pênaltis, transformou Martínez (30 anos) novamente em protagonista em uma final que foi uma autêntica montanha-russa de emoções.


Nos três gols que sofreu, não tinha muito o que fazer: dois pênaltis cobrados com perfeição por Kylian Mbappé (80 e 118) e outro em um voleio certeiro do atacante francês (81).


Mas se teve algo em que ‘Dibu’ se destacou, mais uma vez, foi no aspecto mental. “Nós não nos sentimos inferiores a ninguém, nem superiores a ninguém”, tinha dito o goleiro na véspera da decisão.


– Comemoração polêmica –

Na disputa de pênaltis, ele defendeu a cobrança de Kingsley Coman e na sequência viu com alívio o chute de Aurélien Tchouaméni passar à direita do gol.


Em seu cabelo se viu durante o torneio sua paixão pela Argentina, com as cores da bandeira tingidas. Dentro do elenco, também foi um dos líderes, dos mais apaixonados, dos que mais cantou e festejou. Martínez inclusive protagonizou duas cenas comentadas depois da final.


A primeira, ao fazer um gesto obsceno com o troféu de melhor goleiro do Mundial, colocando-o na altura da virilha, no pódio com as autoridades presentes. Depois, numa comemoração em que os argentinos cantavam “um minuto de silêncio…”, antes de o goleiro terminar com “… por Mbappé”.


Mas além das reações controversas e provocadoras, no que mais Emiliano Martínez pensava depois de se tornar campeão do mundo? Segundo o próprio admitiu, nos vários sacrifícios realizados até chegar no topo. “Venho de um lugar muito humilde. Fui para a Inglaterra muito, muito jovem”, disse depois do jogo.


– Sucesso tardio –

Com 12 anos, deixou sua família para tentar a sorte no Independiente. Aos 18 anos, em 2010, atravessou o Atlântico para assinar com o Arsenal… mas demorou para brilhar na elite na Inglaterra, até chegar ao Aston Villa em 2020.


Na seleção argentina, seu sucesso também levou tempo para acontecer: foi convocado para completar banco em 2011 em dois amistosos e depois não foi mais chamado por oito anos… Até junho de 2021, quando disputou seus primeiros minutos, pelas Eliminatórias Sul-Americanas.


Seu status de goleiro titular se confirmou pouco depois, com o título da Copa América no Brasil, em 2021. Nas semifinais contra a Colômbia, uma imagem deu a volta ao mundo: na disputa de pênaltis, após empate em 1 a 1, Martínez apelou para as provocações para desestabilizar os cobradores colombianos, conseguindo fazer duas defesas que levaram a Argentina à final, vencida sobre o Brasil em pleno Maracanã.


O goleiro recebeu orgulhoso sua Luva de Ouro do Mundial e reforçou sua reputação de pegador de pênaltis. Na Copa do Mundo no Catar, ele já tinha sido decisivo nas quartas de final contra a Holanda, defendendo duas cobranças e abrindo caminho para semifinais.


“É um monstro, um fenômeno”, disse então Lionel Messi. Agora, ele também pode dizer que é campeão do mundo.

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