Após o apito final que consolidou a vitória do Sousa por 2×1 diante do Santa Cruz, na noite desta quarta-feira (28), no estádio Marizão, na Paraíba, uma mulher de 22 anos que atua como estagiária na equipe de comunicação do clube mandante diz ter sido chamada de “matuta” e “vagabunda” por jogadores do Tricolor.
Ela aceitou conversar com a reportagem da Folha de Pernambuco sobre o ocorrido, mas pediu para ter a sua identidade preservada.
Segundo a mulher, que detalhou parte da sua rotina de trabalho no clube, ela foi chamada de “matuta” em tom pejorativo e quando reclamou do que havia escutado, foi chamada de “vagabunda”. A motivação teria sido sua comemoração com a vitória do time em que trabalha e torce.
“Eu sou estagiária do Sousa e tenho o papel de gravar os gols para serem postados. Ao terminar o jogo, saí de onde estava e passei pelo banco de reservas do Santa Cruz, que é o caminho que eu faço para poder descer as escadas e sair do estádio. Eu já saí do local de onde estava comemorando a vitória. Quando passei comemorando, escutei uns jogadores me chamando de matuta, eu reclamei e um deles me chamou de vagabunda”, disse de início.
Ela disse não ter conseguido identificar os autores dos xingamentos e que “foi tudo bem rápido”.
“Não consegui identificar, porque quando falaram eu tinha dado as costas. Foi tudo bem rápido e o que me chamou de vagabunda estava por trás de outro”, rememorou.
Após o ocorrido, ela salientou que ainda tentou conversar com um outro jogador do Santa Cruz para entender o caso, mas sem sucesso.
“Eu ‘fui para’ um dos jogadores falar que me xingaram e saber o porquê de terem me chamado de vagabunda. Tentei conversar com ele a respeito disso e ele veio tentar me acalmar, só que nesse momento um outro jogador do Santa Cruz ‘veio para cima de mim’. Falei para ele sair, porque eu estava conversando com o outro, só que não adiantou, e então pessoas que trabalham no Sousa me tiraram de lá”, afirmou a mulher.
O que diz o Santa Cruz
De acordo com informações repassadas à reportagem pela assessoria de imprensa do Santa Cruz, a mulher em questão teria xingado os jogadores corais que estavam no banco de reservas e não confirmou a versão de que a denunciante teria sido alvo dos xingamentos por parte dos atletas.
Crime
No Brasil, xingamentos como “vagabunda” é um dos crimes contra a honra. Cometer injúria “fere a dignidade por qualificação negativa” e tem como pena detenção de um a seis meses ou multa.
Essa situação pode ser agravada caso a injúria faça referência a características como cor, etnia, religião, origem ou condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência. A pena, nesse cenário, aumenta e pode ser de um a três anos e multa.
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