Hugo Cabral, do Santa Cruz, e Júlio, do Náutico, foram os personagens do empate em 3×3 no Clássico das Emoções deste domingo (15), no Arruda, pelo Campeonato Pernambucano. Um por ter falado muito antes, mas feito pouco na partida – ou quase nada. Outro, por assumir o protagonismo do confronto, com dois gols, além de provocações consideradas “excessivas” pelos tricolores, mas minimizadas pelos alvirrubros.
O clima quente do clássico teve início com as declarações de Hugo, chamando o Náutico de “barbie”, com conotação homofóbica. A provocação repercutiu e, no dia seguinte, ele decidiu “pedir desculpas a quem se sentiu ofendido”, indicando que a frase foi “normal, mas talvez infeliz”. Isso sem, contudo, esfriar os ânimos por completo. “O Timbu que se prepare que será lapada aqui. Vai ser atropelado”, disse.

Afiado com as palavras, Hugo teve desempenho aquém do que prometeu no clássico. Foi um dos piores em campo e saiu vaiado pela torcida. Promessa vazia foi tudo o que não aconteceu no lado alvirrubro. Júlio guardou as provocações para o dia do jogo, deixando para dar o recado com gols. No primeiro, saiu em direção à torcida coral, colocando as mãos na orelha. Os jogadores do Santa Cruz se revoltaram com o ato. O camisa 9 recebeu o cartão amarelo.
No segundo gol, Júlio evitou se aproximar da área da arquibancada em que ficavam os tricolores, mas seguiu com o gesto provocativo, além de também apontar o dedo médio. Substituído no segundo tempo, com o placar em 3×3, o centroavante fez o sinal com as mãos, indicando um gesto de “pequeno” em direção aos torcedores do Santa.
Após o jogo, o atacante minimizou os atos. “Foi um jogo emocionante. Centroavante é para isso: fazer gols. O Náutico sempre pode esperar isso de mim em clássicos ou em qualquer outro jogo”, afirmou, cutucando o rival. “Hugo só nos motivou mais para o jogo“, frisou.
Para o técnico Dado Cavalcanti, estava claro quem foi o grande nome do Clássico das Emoções. “Nunca faltou personalidade a Júlio. A história de vida dele é fantástica. Conviveu com dificuldades no cotidiano e isso o engrandeceu como atleta. Sempre contribui, mesmo não fazendo gols. O que aconteceu hoje foi um prêmio para ele mesmo. Foi decisivo, com dois gols. Antes, ele era mais participativo, mas chegou o momento do protagonismo dele hoje. Todos saem ganhando. Fico feliz, principalmente por ele. Espero que hoje tenha sido apenas um trampolim para ele ser protagonista em outras partidas, sem perder a essência. Os gols têm muito a cara dele. Um cara brigador. As comemorações também fazem parte do jogo. Fico feliz que ele tenha sido o protagonista do clássico”, apontou.
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