O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI) Thomas Bach enfrenta “a decisão mais difícil de sua presidência” ao avaliar se os atletas russos e bielorrussos devem ou não ser autorizados a competir nos Jogos de 2024 em Paris, disse à AFP um ex-executivo do COI, na segunda-feira (20).
As autoridades olímpicas os proibiram após a invasão da Ucrânia por Moscou e as federações que permitiram a participação de atletas desses países insistiram em que eles não exibissem emblemas nacionais.
O argumento apresentado era de que a integridade dos eventos seria prejudicada pelos atletas participantes.
No entanto, o COI disse este mês que tanto a OCA quanto algumas Federações Internacionais (FIs) “no continente asiático” acreditam que “as razões para as medidas de proteção não existem mais”.
Os sinais vindos de órgãos como o Conselho Olímpico da Ásia (OCA) e o Comitê Olímpico e Paraolímpico dos Estados Unidos (USOPC) na última quinzena sugerem que atletas da Rússia e sua aliada Bielorússia deveriam ter permissão para tentar se classificar para os Jogos de Paris.
Com isso, o COI concordou em “explorar” uma proposta que permite que atletas desses países compitam em eventos internacionais na Ásia.
O abrandamento de sua atitude enfureceu o presidente ucraniano Volodomyr Zelensky, que ligou para Bach.
Zelensky afirmou que 184 atletas ucranianos morreram desde a invasão russa e pediu o “isolamento total” da Rússia e de sua aliada Bielorússia.
O ex-chefe de marketing do COI, Michael Payne – que foi creditado por reformular a marca e as finanças do movimento – disse que Bach enfrenta um dilema.
“É provavelmente a decisão mais difícil que Bach está enfrentando em sua presidência. Ele e o COI estão presos entre a cruz e a espada”, disse Payne à AFP.
Outro ex-executivo de marketing do COI, Terrence Burns, um americano que desde então desempenhou um papel em cinco campanhas bem-sucedidas de candidatura olímpica, disse que um problema é que a guerra na Ucrânia durou muito mais do que o esperado.
Burns disse que a mudança na postura do COI não foi um “recuo ou abrandamento”.
“A razão da existência do COI é usar o esporte como uma plataforma unificadora – talvez a única – e manter o mundo unido. Eu vejo isso como uma evolução pragmática de direção em uma situação quase sem vitória. Princípios e valores são importantes, não importa o quão impopulares sejam quando aplicados”, disse à AFP.
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