Com ambas as equipes com chances de se classificar para as oitavas de final da Copa do Mundo do Catar, Suíça e Sérvia medem forças nesta sexta-feira (2), na última rodada do Grupo G, em um jogo com tensões políticas e um precedente no Mundial da Rússia, em 2018.
Os suíços, que venceram o duelo de quatro anos atrás por 2 a 1, chegam na segunda posição da chave com 3 pontos, atrás do líder e já classificado Brasil (6 pontos).
Camarões, que também está na briga para ir à próxima fase, é terceiro com 1 ponto, assim como a Sérvia, que é quarta pelo menor saldo de gols.
Nessa disputa por uma vaga nas oitavas, a Suíça é a única que depende das próprias forças. Se vencer, o time do técnico Murat Yakin garante sua terceira presença seguida nesta fase do torneio.
Em caso de empate, os suíços terão que esperar que Camarões não derrote o Brasil.
Já a Sérvia não tem outra alternativa a não ser vencer e torcer para que a Seleção Brasileira não perca para o time camaronês.
A equipe do técnico Dragan Stojkovic teve a chance de chegar a esta última rodada com possibilidades maiores, depois de abrir 3 a 1 sobre Camarões no jogo da última segunda-feira, que terminou empatado em 3 a 3.
Depois de cair duas vezes na fase de grupos (2010 e 2018), a Sérvia queimará seu último cartucho para finalmente chegar às oitavas, e para isso pode contar com sua estrela Dusan Vlahovic como titular.
O jovem atacante da Juventus vem sofrendo com uma pubalgia que o fez jogar apenas 30 minutos contra o Brasil (derrota por 2 a 0) e o deixou de fora contra Camarões. Do lado suíço, Yakin enfatizou que sua equipe vai em busca da vitória para não depender de terceiros.
“Gosto dos resultados positivos. Como treinador, não se pode pedir ao seu time que jogue para empatar. Queremos tentar ganhar o jogo e esperamos ter a qualidade necessária para isso”, disse.
Yakin espera recuperar o veterano meia Xherdan Shaqiri, que não jogou contra o Brasil devido a um problema muscular.
Disputa dentro e fora de campo
Perguntado sobre os contornos políticas do duelo, o técnico suíço tentou acalmar os temores de que um cenário como o da edição de 2018 se repita.
Na ocasião, a Suíça superou a Sérvia por 2 a 1 na fase de grupos e se classificou para as oitavas de final graças aos gols de seus protagonistas: Granit Xhaka e Shaqiri.
Após marcarem, os jogadores comemoraram fazendo o símbolo da “águia de duas cabeças” para representar a bandeira albanesa.
Shaqiri nasceu no Kosovo e Xhaka também tem raízes na antiga província sérvia, que declarou a sua independência em 2008 e onde uma parte da população se identifica com o nacionalismo albanês.
A independência do Kosovo não é reconhecida por inúmeros países, inclusive a Sérvia, que encarou a atitude dos jogadores como uma forma de provocação.
Os meio-campistas escaparam de sanções esportivas, mas foram multados pela Fifa.
Nessa atmosfera, a Sérvia foi alvo de um processo disciplinar da Fifa na semana passada por pendurar no vestiário uma bandeira de seu país com o mapa de Kosovo e a frase “Não á rendição”.
Com uma vaga nas oitavas em jogo, o técnico suíço fez um apelo a ambas as equipes para que se concentrem somente no campo esportivo.
Contra a Sérvia, “temos que nos concentrar só no futebol, os dois times”, disse Yakin. “Será um jogo interessante e emocionante. Todo o resto não me importa”.
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