Exportações de milho de Mato Grosso: Arco Norte ganha espaço e bate recordes
As exportações de milho de Mato Grosso trouxeram um dado expressivo: dos 16,89 milhões de toneladas enviadas até setembro, mais de 60% passaram pelos portos do Arco Norte, evidenciando uma mudança significativa nas rotas logísticas do agronegócio brasileiro. Esse crescimento reflete os investimentos estratégicos em infraestrutura na região, que têm mudado o cenário exportador no estado.
Entre janeiro e setembro deste ano, os portos do Arco Norte, como Barcarena e Santarém, foram responsáveis por 60,89% de todo o milho exportado de Mato Grosso, com 10,28 milhões de toneladas enviadas ao mercado internacional. Esse desempenho representa um salto considerável em relação a 2021, quando o Arco Norte respondia por 47,63% das exportações de milho do estado.
A ampliação da infraestrutura logística no Norte, com destaque para melhorias nas operações dos portos de Barcarena e Santarém, tem sido o principal fator dessa ascensão. Esses dois portos, sozinhos, exportaram 8,65 milhões de toneladas de milho em 2024, o equivalente a 84,09% do volume total exportado pelo Arco Norte. Esse crescimento, contudo, não aconteceu de forma linear e sem desafios.
Mercado Financeiro
- Bolsa de Chicago: devido às boas perspectivas de volume de produção norte-americana, a cotação em Chicago reduziu 3,63% ante a semana anterior, e fechou a US$ 4,05/bu;
- Incremento: o preço do milho em Mato Grosso apresentou incremento de 1,96% em relação à semana passada, e ficou na média de R$ 49,24/sc;
- Milho futuro: o preço do milho futuro em Chicago fechou a semana a US$ 4,34/bu, o que representa decréscimo de 4,15% no comparativo semanal.
Apesar dos números impressionantes, a sazonalidade impõe desafios à logística do Arco Norte. O período de seca, especialmente entre agosto e outubro, limita a navegação e o escoamento de grãos. Em 2024, essas dificuldades se acentuaram, com a Associação dos Terminais Portuários Privados (Amport) anunciando, na última semana, a suspensão temporária do transporte de grãos pelo rio Tapajós devido ao baixo nível das águas.
A situação, porém, tende a se normalizar com o início do período chuvoso, previsto para os próximos meses. A expectativa é de que a retomada das operações plenas aconteça com a elevação dos níveis dos rios, reforçando a importância da região Norte na exportação de milho e consolidando-a como rota estratégica para o agronegócio de Mato Grosso.
Enquanto o Arco Norte consolida sua posição de liderança, os portos do Arco Sul ainda desempenham um papel relevante nas exportações de Mato Grosso. Em 2024, 39,11% do milho do estado passou por esses portos, o que equivale a 6,61 milhões de toneladas. No entanto, o crescimento mais acelerado do Norte tem ofuscado o protagonismo da região Sul, que, embora ainda robusta, perde gradualmente espaço no mercado exportador.
Essa mudança é uma resposta direta à busca por maior eficiência logística, já que o Arco Norte oferece uma rota mais curta e menos onerosa para mercados internacionais, especialmente o asiático, grande consumidor do milho brasileiro.
O futuro do agronegócio e a importância da logística
Os avanços logísticos no Arco Norte são reflexo de uma estratégia do agronegócio brasileiro em expandir sua competitividade no mercado global. Com a demanda crescente por grãos, principalmente da China, o Brasil tem investido em rotas mais ágeis e econômicas, e o Norte desponta como a principal solução.
O desafio agora é garantir que a infraestrutura continue a se desenvolver, acompanhando a expansão da produção agrícola, e que os gargalos sazonais sejam minimizados. Com a chegada das chuvas e a retomada das operações no Tapajós, o Arco Norte deve seguir crescendo e consolidando sua importância para o setor.
A trajetória de sucesso das exportações de milho de Mato Grosso em 2024 mostra que a logística é, mais do que nunca, um fator determinante para o futuro do agronegócio brasileiro. Clique aqui e veja mais notícias do agro.