Soja em Mato Grosso: Capacidade recorde de esmagamento e desafios no setor
O cenário do agro brasileiro, especialmente no que diz respeito ao processamento da soja, vive um momento de transformação em Mato Grosso, maior estado produtor do grão no Brasil. O esmagamento de soja registrou um crescimento expressivo no acumulado de janeiro a setembro deste ano, consolidando o estado como referência em eficiência produtiva.
Nos primeiros nove meses do ano, Mato Grosso esmagou 9,46 milhões de toneladas de soja, um aumento de 6,49% em comparação com o mesmo período de 2023. Esse avanço é reflexo direto da forte demanda por coprodutos da soja, como farelo e óleo, tanto no mercado interno quanto no mercado externo. Com o apetite global crescente por esses derivados, o estado conseguiu aumentar sua capacidade produtiva, acompanhando o ritmo dessa demanda aquecida.
Outro fator essencial para esse crescimento foi a ampliação da capacidade de esmagamento das indústrias locais, que em 2024 cresceu 6,17% em relação ao ano anterior. Esse investimento em infraestrutura e tecnologia permitiu que Mato Grosso se mantivesse à frente no processamento do grão, batendo recordes no acumulado do ano e consolidando sua posição no agro.
Apesar do desempenho robusto, o mês de setembro apresentou uma retração no volume processado. No total, foram esmagadas 910,54 mil toneladas de soja, o que representa uma queda de 10,37% em relação a agosto e de 10,15% em comparação com setembro de 2023. Segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), essa redução se deve principalmente a paradas técnicas para manutenção das plantas de esmagamento, que são necessárias para garantir a operação eficiente das indústrias no longo prazo.
Além disso, algumas indústrias de menor porte enfrentaram dificuldades para adquirir matéria-prima no estado. A escassez da soja disponível para compra foi apontada como um dos fatores que contribuíram para a redução no consumo do grão durante o mês.
Apesar das adversidades pontuais, as perspectivas para o fechamento de 2024 permanecem otimistas. O Imea projeta que o volume total de esmagamento de soja no estado deverá atingir 12,39 milhões de toneladas até o final do ano, o que representaria um aumento de 5,37% em comparação com 2023. Esse resultado, se confirmado, evidenciará o papel crucial de Mato Grosso no fornecimento de derivados de soja para o mercado global, reafirmando a importância do estado para o agronegócio brasileiro.
O sucesso do setor, no entanto, depende de uma série de fatores, como a continuidade da demanda aquecida, a estabilidade na aquisição de matéria-prima e o monitoramento das capacidades industriais. Com o mercado de commodities cada vez mais competitivo e volátil, Mato Grosso deverá seguir investindo em inovação e expansão, visando consolidar sua liderança no cenário mundial do agronegócio. Clique aqui e veja mais notícias.
O desempenho do esmagamento de soja em Mato Grosso em 2024 até o momento é um retrato da adaptabilidade das indústrias locais, que souberam aproveitar a crescente demanda por coprodutos e expandir suas operações. No entanto, os desafios enfrentados em setembro ressaltam a importância de uma gestão eficiente em todos os elos da cadeia produtiva. Para manter o ritmo de crescimento e atingir as projeções, o estado precisará continuar a investir em infraestrutura, logística e gestão de oferta, assegurando a competitividade em um cenário global desafiador.
Mercado Financeiro
- Baixa: devido à desvalorização no preço da CME para março de 2025, a paridade fechou em R$ 105,47/sc, uma queda de 0,88% em relação à semana passada;
- Bolsa de Chicago: motivado pelo avanço da colheita nos EUA, o preço da soja em Chicago caiu 3,11% em relação à semana passada, ficando na média de US$ 10,18/bu;
- Mercado Interno: a cotação da soja no mercado interno fechou a última semana com uma média de R$ 140,94/sc, redução de 0,26% em relação à semana anterior.