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Reações do setor produtivo e perspectivas para o agro brasileiro

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O governo federal lançou nesta quarta-feira (3) o Plano Safra 2024/25, destinando um montante de R$ 476,59 bilhões para impulsionar o setor agrícola brasileiro. O anúncio gerou reações mistas entre as entidades representativas do setor produtivo, sendo que alguns aspectos foram bem recebidos, outros provocaram críticas e preocupações entre os produtores e as entidades.

Distribuição dos recursos

Para entendermos as novidades, o novo plano, anunciado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, visa fortalecer tanto a agricultura empresarial quanto a familiar, promovendo simultaneamente a produção e práticas sustentáveis.

O plano divide-se em dois grandes segmentos:

  • Agricultura Empresarial: R$ 400,59 bilhões (aumento de 10%), destes: R$ 293,29 bilhões para custeio e comercialização (+8%) e R$ 107,3 bilhões para investimentos (+16,5%).
  • Agricultura Familiar: R$ 76 bilhões (aumento de 6,2%)

Taxas de Juros e Condições

As taxas de juros variam conforme o segmento e a finalidade:

Segmento/Finalidade Taxa de Juros (a.a.)
Custeio e Comercialização (Pronamp) 8%
Custeio e Comercialização (Demais) 12%
Investimentos 7% a 12%
Moderfrota (Pronamp) 10,5%
Moderfrota (Demais) 11,5%
Renovagro e Armazéns até 6 mil ton 7%
Armazéns maiores e produção sustentável 8,5%
Agricultura Familiar (Alimentos Orgânicos) 2%
Agricultura Familiar (Alimentos Básicos) 3%

Reações do setor produtivo

Aprosoja-MT

Lucas Costa Beber, presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), expressou preocupações. “O PAP deixou a desejar na disponibilidade de recursos controlados. Um aumento nominal de 1% dos recursos não cobre nem mesmo a desvalorização do real frente a inflação de 4,86% de 2023.

Beber também criticou a efetividade do desconto nos juros para produtores com Cadastro Ambiental Rural (CAR) aprovado. “Em todo Brasil, menos de 3% dos CAR estão analisados. Esse fato não representa culpa do produtor, mas sim da ineficiência dos órgãos responsáveis.

Aperte o play no vídeo abaixo para conferir na íntegra o depoimento do presidente da Aprosoja-MT.

Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA)

Bruno Lucchi, diretor técnico da CNA, destacou a insuficiência dos recursos. “A negociação é muito complexa, não depende só da agricultura, é muito mais uma discussão que você tem que fazer com o Ministério da Fazenda. E, aí, realmente houve essa negociação, onde se chegou num valor que está muito aquém daquilo que o setor demandou”, disse a CNN.

A CNA havia proposto um total de R$ 570 bilhões, significativamente maior que o anunciado.

Perspectiva Governamental

Plano Safra 2024/25: Reações do setor produtivo e perspectivas para o agro brasileiro

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, defendeu o plano e anunciou futuras melhorias. “A ideia, vocês conhecem o pleito das entidades representativas da CNA, é em torno de R$ 2,9, R$ 3 bilhões. Nós vamos trabalhar isso com o apoio do governo na LDO de 2024 para 2025.

Fávaro também justificou a suplementação do seguro rural no Rio Grande do Sul, afirmando que a decisão foi “atacar, de fato, aonde precisa mais“.

Inovações para Agricultura Familiar

Paulo Teixeira, ministro do Desenvolvimento Agrário e da Agricultura Familiar, destacou as novidades. “Diminuímos os juros de 3% para 2%, então, quem produzir alimentos orgânicos vai pagar juros ainda menores para tomar dinheiro emprestado nos bancos.”, afirma ministro.

Outras inovações incluem:

  • Linha Florestas Produtivas para recuperação florestal
  • Redução de juros para produção de alimentos básicos (de 4% para 3%)
  • Linha de crédito para aquisição de máquinas de pequeno porte

Sustentabilidade e Armazenagem

O plano enfatiza a transição ecológica, oferecendo juros reduzidos para recuperação de áreas degradadas e R$ 7,8 bilhões para estruturas de armazenagem.

Fernando Haddad, ministro da Fazenda, ressaltou. “Esse Plano Safra, tanto em relação ao MDA quanto ao Mapa, é um plano completamente aderente ao plano de transformação ecológica do Brasil.

Desafios e críticas

Apesar dos avanços, o plano enfrenta críticas quanto à insuficiência de recursos, taxas de juros consideradas altas e a falta de atenção ao seguro rural. A Aprosoja-MT concluiu. “O Plano Safra, de maneira objetiva, não trouxe evoluções em relação ao ano anterior. Alguns parâmetros são inexequíveis do ponto de vista prático.“, avalia Beber.

Em suma, o novo Plano Safra 2024/2025 representa um esforço do governo para fortalecer o agronegócio brasileiro, com ênfase na sustentabilidade e na agricultura familiar. Embora enfrente críticas, o plano oferece oportunidades importantes para o desenvolvimento do setor agrícola nacional.

O sucesso dependerá não apenas dos recursos disponibilizados, mas também da capacidade dos produtores em aproveitar as linhas de crédito e implementar práticas agrícolas mais sustentáveis e eficientes. O diálogo contínuo entre governo e setor produtivo será crucial para refinar as políticas e garantir que o plano atenda efetivamente às necessidades do agronegócio brasileiro.

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