No agronegócio brasileiro, as cotações da soja ganham destaque, registrando uma ascensão significativa na última semana. Diversos fatores têm impulsionado esse aumento, desde uma demanda internacional robusta até as preocupações relacionadas à produtividade da safra nacional 2023/24. Este artigo mergulha nas nuances dessas influências e nas projeções para o setor.
A valorização da soja nos mercados interno e externo tem sido notável. A convergência de uma demanda externa vigorosa, o fortalecimento do dólar frente ao real e as apreensões quanto à colheita brasileira têm alimentado esse crescimento. Com efeito, os produtores têm testemunhado um cenário de preços mais favoráveis, impulsionando expectativas e estratégias comerciais.
As estimativas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a safra de soja 2023/24 pintam um quadro misto. Embora se projete um aumento de 2,3% na área cultivada, totalizando 45,1 milhões de hectares, há preocupações quanto à produtividade. Espera-se uma redução de 5,5% nesse aspecto, resultando em uma oferta estimada de 149,4 milhões de toneladas, o que representa uma queda de 3,4%. Essa dinâmica pode desencadear implicações significativas no mercado, influenciando tanto os preços internos quanto as exportações.
No que diz respeito ao processamento interno, a Conab antecipa um crescimento modesto de 2,3%, prevendo um volume de 53,4 milhões de toneladas para 2024. Enquanto isso, as exportações podem enfrentar um declínio de 7,6%, com uma projeção de 94,2 milhões de toneladas. Essas projeções refletem não apenas a dinâmica da produção interna, mas também as demandas e tendências globais.
Mercado Financeiro
- Mato Grosso: na semana anterior, o preço da soja disponível aumentou 0,86%, ficando cotado a R$ 95,72/sc;
- Bolsa de Chicago: o preço da soja na Bolsa de Chicago apresentou queda de 1,31% ante a semana anterior, fechando com média de US$ 11,92/bu;
- BaseMT-CME: pautado pela alta nos preços de Mato Grosso, o diferencial de base exibiu acréscimo de 4,10% no comparativo mensal, ficando em -R$ 35,28/sc.
O mercado da soja no Brasil está imerso em um ambiente de crescente volatilidade e oportunidades. Enquanto os preços continuam sua trajetória ascendente, impulsionados por uma interação complexa de fatores, os produtores e demais atores do setor devem estar atentos às mudanças e tendências.
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Estudo realizado pela Embrapa Agropecuária Oeste (MS) mostrou que o uso da cultivar de capim BRS Zuri antecedendo a soja é viável e pode trazer bons resultados em sistemas de integração-lavoura-pecuária (ILP).
Isso é possível adotando-se uma estratégia de manejo adequada. Essa cultivar é conhecida pela elevada produção de forragem, alto valor nutritivo, resistência à cigarrinha-das-pastagens e à mancha das folhas, o que a torna interessante para a alimentação do gado. Por outro lado, essa forrageira necessita de manejo especial para que ela não permaneça no campo na hora de plantar a soja.
“As cultivares de Panicum maximum mais vigorosas, como os capins BRS Zuri, Mombaça e Miyagui, têm sido deixadas de lado pelo fato de serem mais tolerantes ao herbicida glifosato, por formarem touceiras e devido ao porte elevado, que dificulta um pouco o plantio da cultura em sucessão”, completa o pesquisador da Embrapa Luís Armando Zago Machado. Clique aqui e veja na íntegra.
Por Daniele Balieiro/AGRONEWS®
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