Pular para o conteúdo

Fim da vacinação contra a febre aftosa reduz tratamentos na pecuária

  • por

Retirada da vacinação contra febre aftosa em alguns estados tem impactado negativamente os cuidados necessários contra outras enfermidades, colocando em risco o status sanitário do Brasil

Desde 2022, o Ministério da Agricultura e Pecuária vem retirando gradativamente a obrigatoriedade da vacinação contra a febre aftosa, medida que visa tornar o Brasil livre da doença sem vacinação até 2026. Neste ano, os estados de Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Tocantins e o Distrito Federal , que concentram quase metade do rebanho bovino nacional, deixaram de vacinar seus animais. A medida, no entanto, tem impactado negativamente os demais cuidados com os bovinos.

De acordo com o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan), já é possível notar um arrefecimento nas vendas de medicamentos para o segmento de ruminantes nas regiões onde a vacinação contra a febre aftosa já não é mais necessária, o que tem impactado o mercado como um todo. Informações preliminares indicam um crescimento de 2,2% nas vendas do segmento no primeiro trimestre de 2023, número muito aquém dos 24% de 2022 e 30% de 2021.

“O momento da aplicação da vacina contra a aftosa era também uma oportunidade para que os produtores realizassem os demais tratamentos preventivos nos animais. Após a suspensão, houve uma queda considerável no manejo sanitário dos ruminantes como um todo”, afirma Emilio Salani, vice-presidente Executivo do Sindan.

mercado do boi vacinação
Imagens – Arquivo Agronews

É importante destacar que a adoção boas práticas sanitárias é essencial para garantir tanto o bem-estar do rebanho quanto para manter o status sanitário da pecuária brasileira, garantindo a qualidade da nossa carne e a manutenção das exportações para mais de 100 países. Tão importante quanto manter a saúde dos animais em dia é seguir os protocolos de segurança para evitar a reintrodução da febre aftosa no Brasil.

Esta situação aconteceu há não muito tempo na vizinha Argentina, que após cerca de dois anos após a retirada da vacinação viu o vírus ser reintroduzido em seu território, fato que causou grandes prejuízos à pecuária local e à economia argentina. No caso do Brasil, a proximidade com países como Bolívia e Venezuela, que não possuem um status sanitário tão elevado, é visto como um fator de risco.

“Diversos estudos apontam que os controles de doenças trazem grandes benefícios para economia, para a sustentabilidade e a sociedade em geral. Isso inclui o aumento da produção de proteínas de qualidade, que contribui para a redução da fome no mundo, além de outros aspectos importantes como a intensificação da produção e a redução das emissões de gases de efeito estufa na pecuária. Por isso, é fundamental que os produtores não deixem de tratar os seus animais, ainda que a vacinação contra febre aftosa não seja mais obrigatória”, conclui Salani, do Sindan.

Dúvidas frequentes sobre questões ambientais

No quadro de Direito Ambiental do Agronews, daremos continuidade às respostas das dúvidas enviadas pelos nossos leitores. Acompanhe as considerações da especialista em Direito Agroambiental, Dra. Alessandra Panizi e do Dr. Josiney Fernandes sobre as dúvidas mais frequentes do setor. Aperte o Play!

AGRONEWS® é informação para quem produz

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *