As palavras do renomado psiquiatra, Dr. Augusto Cury, vão além de um mero diagnóstico, revelando um quadro alarmante que afeta a saúde mental daqueles que dedicam suas vidas a alimentar a nação. “OS AGRICULTORES trabalham no planeta Terra, mas o planeta Mente deles está doente: impostos, políticas retrógradas, críticas cruéis a uma maioria por erros ambientais de uma minoria, câmbio, sofrimento pelo futuro, etc.!“, avalia Dr. Cury.
A vida no campo, romantizada por muitos como um refúgio tranquilo em meio à natureza, esconde uma realidade complexa e desafiadora para aqueles que a vivenciam diariamente: os produtores rurais. As cobranças da sociedade por alimentos mais acessíveis, a pressão constante do mercado e a necessidade de equilibrar a produção com a preservação ambiental criam um cenário de constante tensão e incerteza para esses trabalhadores rurais.
Os números são alarmantes: 35% dos agricultores sofreram de depressão no último ano, 25% sentiram que a vida não valia a pena ser vivida, 57% experimentaram ansiedade e 43% relataram altos níveis de estresse. A taxa de suicídio entre os homens do campo é quase o dobro da observada na população em geral. Esses são números apresentados no vídeo recentemente pubicado por Dr. Cury em suas redes sociais.
A crítica constante e a preocupação com o futuro criam um ambiente de constante estresse e ansiedade, é o que comenta o produtor Jonas Apio, de Água Boa em Mato Grosso. Ele nos enviou um depoimento onde retrata bem essa realidade. Jonas cita outros produtores que passam essa dificuldade diariamente para conseguirem produzir com qualidade e ainda obter lucros com isso. Aperte o play no vídeo abaixo e confira!
Pressão de mercado
Como podemos perceber nesse bate-papo descontraído no canal MF Cast, o produtor rural Paulo Leonel expõe um ponto crucial: a necessidade de desmistificar a crença de que o produtor deve se contentar em apenas produzir alimentos baratos. Ele traça um paralelo com outras indústrias, argumentando que a busca pelo lucro é tão fundamental para o produtor rural quanto para qualquer outro empresário. “Ninguém produz nada para perder dinheiro“, afirma Leonel. Afinal, a função de uma empresa, independentemente do ramo, é gerar lucro para se sustentar.
A fala de Leonel ganha ainda mais força ao analisarmos o mercado da carne. Apesar da crença de que o preço da carne deveria cair, a realidade mostra que isso não acontece. O produtor explica que a concentração do mercado nas mãos de grandes frigoríficos e atacadistas resulta em margens de lucro exorbitantes para esses grupos, chegando a 40% ou mais, dependendo do corte. Essa dinâmica impede a redução do preço da carne para o consumidor final, já que esses grandes players não têm incentivo para diminuir suas margens.
O problema se agrava quando observamos a formação do preço da carne. Ao contrário da soja, cujo preço é determinado pela lei da oferta e procura na bolsa de Chicago, o preço do boi no Brasil é ditado por um pequeno grupo de frigoríficos. Essa concentração de poder nas mãos de poucos compradores coloca o produtor em uma posição vulnerável, sem poder de barganha para negociar um preço justo pelo seu produto.
Essa situação, comum a outros setores do agronegócio, como o leite, é resultado da pulverização da produção e da concentração da compra. Enquanto milhões de produtores competem entre si para vender seus produtos para um número reduzido de compradores, o mercado se torna desequilibrado, favorecendo a parte compradora. Essa dinâmica impacta não só a renda do produtor, mas também sua saúde mental.
Saúde mental em risco
Juntando essas realidades, o renomado psiquiatra Dr. Augusto Cury alerta para os alarmantes índices de depressão e ansiedade entre os agricultores. Cury destaca que apesar da aparente simplicidade da vida no campo, os agricultores enfrentam uma série de desafios que afetam profundamente sua saúde mental, como impostos, políticas desfavoráveis, críticas injustas, instabilidade cambial e a constante preocupação com o futuro.
“OS AGRICULTORES trabalham no planeta Terra, mas o planeta Mente deles está doente: impostos, políticas retrógradas, críticas cruéis a uma maioria por erros ambientais de uma minoria, câmbio, sofrimento pelo futuro, etc.! A cada ano acrescenta-se quase duas Argentinas na população mundial, como suprir essa demanda por alimentos? O meio ambiente tem de ser preservado, sem dúvida! Mas sem os agricultores, incluindo a agricultura familiar, a terceira guerra mundial ja teria acontecido! A população das cidades do mundo inteiro deve o tributo de AGRADECIMENTO aos que trabalham na terra e produzem alimento para suas famílias!“, relata Dr. Augusto Cury.
Diante desses relatos, fica evidente que a vida do produtor rural está longe de ser fácil. Além dos desafios inerentes à produção de alimentos, eles enfrentam a pressão de um mercado desequilibrado e a falta de reconhecimento da sociedade. É fundamental que se promova um debate amplo e honesto sobre a realidade do campo, buscando soluções que garantam a sustentabilidade da produção, a rentabilidade do produtor e, acima de tudo, o bem-estar físico e mental daqueles que alimentam a nação.
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