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Azeite de oliva deve ficar mais caro em 2024, produtor perde 90% da safra

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Produtor relata perdas de até 90% na produção de azeite de oliva e isso pode afetar o mercado brasileiro. Entenda o cenário enfrentado pelo setor e os desafios para 2024

O azeite de oliva, um dos protagonistas da culinária e da economia brasileira, está enfrentando um cenário desafiador em 2023, com reflexos significativos no bolso do consumidor e nas perspectivas dos produtores locais. A combinação de eventos climáticos extremos tanto na Europa quanto no Brasil está reconfigurando o panorama do mercado, gerando preocupações e ajustes estratégicos.

Impacto negativo das chuvas na colheita

As intensas tempestades que assolaram o Rio Grande do Sul nos últimos meses deixaram um rastro de destruição nas plantações de oliveiras do empresário Marcelo Costi. Proprietário de uma renomada marca de azeite de oliva em Caçapava do Sul, região vital na produção do óleo vegetal no Brasil, Costi enfrenta desafios extraordinários causados pelas condições climáticas adversas.

O excesso de chuvas tem gerado um impacto considerável na produção local. Costi estima que as intensas precipitações de setembro a novembro resultaram em perdas que ultrapassam os 90% da próxima safra, programada para ocorrer de fevereiro a abril. “Se eu for otimista, talvez consiga colher cerca de 100 litros. Já enfrentei perdas devido à seca em anos anteriores, mas nada se compara ao que as chuvas provocaram agora“, relata o empresário, que na última temporada produziu 4.000 litros do precioso líquido dourado.

Azeite de oliva deve ficar mais caro em 2024, produtor perde 90% da safra
O empresário Marcelo Costi exibe resultado de colheita passada
Imagem: Arquivo Pessoal/Marcelo Costi

O cenário Global e a inflação brasileira

Países como a Espanha, principal produtor mundial de azeite de oliva, estão enfrentando uma séria escassez de chuvas, resultando na seca dos campos de cultivo de azeitonas. Isso se traduz diretamente em um aumento expressivo nos preços do azeite importado, com o Brasil, que depende em 99,5% de importações, sentindo o impacto desse cenário. Segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o preço do azeite disparou 33% ao longo do ano, elevando uma embalagem a valores superiores a R$ 40 nos supermercados.

No entanto, enquanto a Europa sofre com a falta de chuvas, o Brasil, em especial as regiões produtoras do Rio Grande do Sul e da Serra da Mantiqueira, enfrenta o desafio inverso: excesso de chuvas. O alerta climático em nível global está impulsionando preocupações entre os produtores brasileiros, que buscam adaptar suas estratégias diante do imprevisível.

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